Matéria publicada na edição 44 | Dezembro 2008 – ver na matéria online
Água tratada todos os dias
No Colégio Humboldt, localizado na zona sul de São Paulo, a água é um assunto tratado com muito cuidado. A cada seis meses, sempre no período de férias escolares, três empresas especializadas cuidam da água da escola – uma para fazer a análise do líquido, outra para limpar a caixa d’água, e mais uma para higienizar os bebedouros. A gerente de Patrimônio e Serviços, Ilse Sparovek, explica que apesar de a água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) ser tratada, é imprescindível que a escola tenha um controle periódico. “A água vem própria para o consumo, mas pode ocorrer contaminação interna, na tubulação da escola. Por isso, fazemos, por exemplo, a limpeza dos bebedouros, em que os filtros são trocados. Além disso, a análise é muito importante. Se acontecer algum problema com um aluno, temos como provar que não foi por meio da água. Mas, o nosso objetivo maior é a prevenção”, esclarece.
Ilse conta que para cada serviço é importante fazer o orçamento com pelo menos três empresas terceirizadas. No caso da limpeza do bebedouro, o fabricante também realiza a higienização. “Não indico realizar esse tipo de trabalho com funcionários do colégio. É necessário contratar profissionais especializados”, aponta. Segundo ela, a escola nunca teve problemas com a água. “Este ano, a caixa d’água apresentou pequenas fissuras, mas contratamos uma empresa para fazer a impermeabilização”, diz.
De acordo com a engenheira da AESABESP (Associação dos Engenheiros da Sabesp) Sônia Maria Nogueira, o Humboldt adotou os procedimentos corretos. “O reservatório deve ser lavado de seis em seis meses para manter o padrão de potabilidade. A escola deve verificar se a tampa da caixa d’água está quebrada, porque podem entrar fezes de insetos ou algum tipo de sujeira”, afirma. E completa: “Na tubulação envelhecida também pode haver acúmulo de materiais, principalmente se os tubos forem galvanizados. É melhor utilizar tubulação em cobre que, apesar de mais cara, tem uma maior durabilidade e evita problemas de incrustação.” Nas análises, feitas por empresas especializadas ou pela própria Sabesp, verificam-se aspectos como turbidez, cor e quantidade de coliformes fecais na amostra.
Embora haja um controle rígido de qualidade da água por parte das empresas municipais de saneamento, o professor do Departamento de Engenharia Hidráulica da USP, José Rodolfo Scarati, recomenda, se possível, a renovação da água todos os dias. “A água que chega ao consumidor vem com cloro para garantir a ação desinfetante por apenas um dia. Por isso, as escolas não devem armazenar a água em reservatórios muito grandes, durante muito tempo, para não perder a proteção do cloro”, ressalta.