Matéria publicada na edição 57 | Abril 2010 – ver na edição online
Momentos Solidários, Criativos e Lúdicos.
Por Rosali Figueiredo.
A partir do dia 28 de junho, 60 alunos do 9º ano do Colégio Santa Maria irão inverter um pouco o seu papel. Ainda voltados a aprender, eles começarão, entretanto, a vivenciar uma série de atividades lúdicas e recreativas com estudantes de 4 escolas públicas do município de Eldorado, no Vale do Ribeira, Sul do Estado, levando até eles informações e experiências ligadas ao meio ambiente e à higiene. Para isso, vêm se preparando semanalmente dentro do Projeto Parceria Solidária, desenvolvido pelo Santa Maria junto ao Fundamental II. Também estão levantando recursos próprios para bancar os custos com alimentação e estadia no Acampamento dos Adventistas, onde permanecerão durante 5 dias.
“O Objetivo principal é o intercâmbio, aprender com a experiência do outro e romper barreiras”, afirma José Antônio Pinedo Cervigon, professor de Ensino Religioso do 8º e 9º anos. O Santa Maria, localizado no Jardim Marajoara, zona Sul de São Paulo, inclui o trabalho social em seu currículo, culminando com duas viagens no meio do ano, a chamada “missão de férias”. A participação é voluntária, mas o professor José Antônio garante que o aluno encontra aí uma grande oportunidade para amadurecer, sair da proteção de casa e ter um encontro consigo próprio e o outro. “Não somos somente nós que ensinamos, mas aprendemos muito”, destaca.
A segunda viagem, também de 5 dias, envolverá 30 estudantes do Ensino Médio, que embarcarão em 28 de julho para um trajeto bem mais longo, de 12 horas de ônibus, até Telêmaco Borba, no interior do Paraná. Neste caso, a ideia é trabalhar com crianças carentes da localidade, entre 3 e 13 anos de idade, propondo e orientando atividades como teatro, pintura, desenho, sucata, brincadeiras de roda, entre muitas outras, afirma o professor Paulo Pedro Felipe, coordenador de Projetos de Inserção Social do Ensino Médio.
Outras escolas também aproveitam a pausa das férias para proporcionar experiências diferenciadas às crianças e adolescentes, muitas vezes em seu próprio ambiente. “O trabalho dentro da escola neste período precisa ter uma característica especial, com cara de férias mesmo”, enfatiza a professora de Educação Física Regina Pardal, coordenadora de cursos de uma empresa especializada nesse tipo de serviço. Regina atende, por exemplo, ao Colégio São Domingos, em Perdizes, zona Oeste da cidade, onde irá trabalhar com alunos do 1º ao 5º ano entre os dias 28 de junho e 2 de julho, em horário integral, agitando jogos e brincadeiras, esculturas com material reciclável, passeios, esportes adaptados e cinema na escola.
Segundo Regina, o serviço contempla inicialmente a necessidade dos pais por estender um pouco mais o semestre escolar, mas, por outro lado, tem que haver “um cuidado pedagógico de se referenciar àquilo que foi desenvolvido ao longo do ano”. Há também um cunho social envolvido na programação, com visita a uma comunidade carente em Itapevi, na Grande São Paulo. “É uma aprendizagem com cara de férias”, sintetiza.
Para a psicóloga Adriana Klisys, especialista e consultora em jogos e programação lúdica, autora de vários livros na área, é interessante aproveitar o momento das férias para explorar a riqueza dos jogos, não apenas de tabuleiro, mas outras brincadeiras que também envolvem regras. “A escola é o espaço de socialização, de crescimento e de construção. Com o jogo, as crianças aprendem a viver em comunidade, pois o papel da mediação social é muito evidente e aí elas percebem, com mais clareza e sem dureza, a função das regras.”
Saiba Mais:
Adriana Klisys
caleido@caleido.com.br
Regina Pardal
grupoviver@grupoviver.com.br