Matéria publicada na edição 07 | agosto 2005- ver na edição online
Como montar uma boa sala de música
Adotar a música como opção de educação, especialmente na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I, tem sido prática adotada com sucesso por muitas escolas. Para montar um espaço adequado para as aulas de música é fundamental adotar as indicações sugeridas pelo professor ou coordenador da área. “É preciso que a sala de música esteja adaptada à linha de trabalho da escola”, avalia Sueli Lerner, coordenadora do departamento de música do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo. O objetivo de Sueli no Dante é fazer com que o aluno termine a quarta série preparado para iniciar os estudos de um instrumento acústico (percussão ou melódico). “Quero que ele tenha vivenciado a linguagem musical de maneira intensa, que ele discrimine os instrumentos e passe a ouvir boa música”, afirma.
O Dante conta com duas salas de música com tratamento acústico: uma para a Educação Infantil e outra para o Fundamental I. As duas são equipadas com computador, canhão e telão equipamentos que, segundo a professora, têm funcionado como uma importante ferramenta para o ensino da música. “Com o computador, conseguimos chegar mais rápido da imagem para a figura rítmica e dela para a linha musical”, avalia.
Entre os instrumentos, as salas contam basicamente com equipamentos de percussão, como triângulo, clava, reco-reco, surdo, bongô e tamborim. A sala do Fundamental I é equipada ainda com um xilofone por criança. Sueli explica que é importante pesquisar novos instrumentos. No Dante, há xilofone e metalofone de mão, ganzás de diversos tamanhos, sinos, apitos e brinquedos sonoros. A professora utiliza um teclado, permitindo que ela se posicione de frente para os alunos. Sueli comenta que o professor deve se preocupar em ensinar às crianças os cuidados com os instrumentos. “A tendência é a criança colocar muita força ao tocar. E força não é música, só destrói os instrumentos”, diz.
Buscar instrumentos de qualidade ao montar uma sala de música deve ser preocupação de toda escola, na opinião de Marcelo Tadeu Aziz, diretor da Associação Brasileira de Música (Abemúsica), entidade que reúne fabricantes, importadores, lojistas e escolas de música. “Muitas vezes o departamento de compras da escola parte para o produto mais barato, e o preço não é um fator determinante na qualidade de um instrumento musical”, avalia. Um violão mais barato e de baixa qualidade, por exemplo, não permite afinação, explica. Quanto à manutenção, instrumentos de tecla e eletrônicos requerem menores cuidados. Já os de corda exigem manutenção por profissional especializado (um luthier) a cada dois meses. Os de percussão também devem, periodicamente, passar por trocas de peles e de algumas peças. É fundamental, após as aulas, que os instrumentos sejam acondicionados em capas apropriadas.