Matéria publicada na edição 17 | junho 2006 – ver na edição online
Escolha certo, definindo prioridades
O mercado está repleto de opções quando se trata da escolha do piso das salas de aula. “O uso dos materiais pode refletir a imagem que se quer passar da escola para os alunos e pais. É possível ser sóbrio, por exemplo, sem parecer triste”, adverte a arquiteta Heloísa Herkenhoff, sócia de Luiz Bloch no escritório Bloch Arquitetos Associados, acostumados a projetar espaços na área educacional.
Para Heloísa, na hora de definir o piso das salas de aula, devem ser levados em conta alguns aspectos, como praticidade e manutenção, acústica, para que o piso não amplie os barulhos produzidos, estética, com harmonia e equilíbrio de cores, segurança (o piso não pode ser excessivamente polido para não se tornar escorregadio), custo e facilidade de execução, já que o tempo é fator primordial nas escolas. “Todas as soluções de pisos têm vantagens e desvantagens. É preciso levar em consideração o conjunto de fatores e a cultura da escola, ou seja, o que ela prioriza entre esses itens”, define.
Os tradicionais pisos de madeira, por exemplo, dão aconchego mas são de difícil manutenção, estão sujeitos a ação de cupins, propagam fogo e ainda são produzidos a partir da devastação de florestas. As cerâmicas têm, entre suas vantagens, baixo custo, fácil manutenção e execução rápida. Porém, não têm muito boa acústica. Já os pisos vinílicos têm boa acústica e são simples e rápidos de instalar. São encontrados em rolos ou placas e possibilitam o uso de cores diferentes, demarcando áreas como corredores e salas de aula. Heloísa cita o projeto executado para a Escola Nossa Senhora das Graças. “Havíamos previsto inicialmente o uso do granilite nas salas mas pelo melhor tempo de execução acabou se optando pelo material vinílico”, conta.
O granilite, um cimentado com granos de pedriscos de alta resistência, exige juntas de dilatação que podem ser utilizadas como recurso de paginação do piso. Porém, por se tratar de material monolítico, se houver necessidade de quebra apresentará remendos. Outra opção, de custo mais alto, é o poliuretano autonivelante, equivalente ao epóxi, altamente resistente, com grande gama de cores e que pode ser personalizado com desenhos. “É possível ser mais ousado em alguns ambientes, inclusive sinalizando a comunicação visual da escola com os diversos pisos”, completa. Especialmente em escolas verticalizadas, com salas de dança, teatro ou quadra esportiva em cima das salas de aula, deve-se optar por pisos flutuantes, para que a vibração do piso não passe para o andar debaixo, explica a arquiteta.