Matéria publicada na edição 55 | Fevereiro 2010 – ver na edição online
Inovações desafiam escolas, mas melhoram desempenho tecnológico e econômico.
Assim como a biblioteca e a sala multimídia, o laboratório de informática tornou-se um item obrigatório às escolas, mas também uma permanente fonte de demandas. As inovações não dão trégua e haverá um momento, inclusive, em que ele será “agregado” às salas de aula, prevê Edson Alves de Souza, professor de sistemas de informação e que atua como orientador de informática educativa da rede municipal de ensino de São Paulo há oito anos.
“A cada dois anos há uma troca do processo tecnológico, atualizam-se o HD e a placa de vídeo, deixando-os capazes de rodar os programas mais modernos”, analisa. Uma configuração mínima de uma estação convencional de trabalho por aluno exige atualmente, por exemplo, HD com 300 gigabytes de memória, monitor de vinte polegadas em LCD, placa de vídeo com interface em três dimensões (3D), além de dois gigabytes de memória RAM. Outro aspecto a ser considerado, observa o professor, é o emprego de acessórios que dispensem fios, como mouse, teclado, webcam e microfone. “Quanto menor a fiação, melhor”, diz.
Mas as escolas contam hoje também com inovações que dão uma alternativa mais econômica de configuração de sala de informática em relação a essas estações completas. Se o desktop convencional permite que se trabalhe com o que há de mais moderno em termos de softwares, como jogos em 3D, a opção por subestações de trabalho propicia uma redução substancial nos custos de manutenção e consumo de energia, afirma Thamara Hessel, técnica em sistemas de informação.
Thamara fala de pequenos equipamentos que estão disponíveis no mercado e realizam parte do trabalho da CPU. São caixas pouco maiores que os roteadores, acompanhadas por monitores e acessórios como teclados e mouses, entre outros, que se vinculam à rede central, dispensando a CPU, o HD e o CD-ROM. Caso a estação central opere com o Windows XP, é possível desmembrá-la em até dez subestações de trabalho, sem prejuízo da operação com os softwares mais utilizados pelos estudantes. “No lugar da estação completa por aluno, esta solução representa uma economia de 70% nos custos com energia e manutenção”, afirma Thamara. Segundo ela, o desempenho pedagógico não é prejudicado, pois boa parte da capacidade de processamento dos HDs costuma ficar ociosa no uso escolar, observa.
A ideia é a multiplicação de usuários por desktop, conceito que poderá, no futuro, ser expandido às próprias salas de aula. Nestas, porém, é possível ainda trabalhar com os chamados netbooks, observa, por sua vez, o professor Edson Alves. Cada aluno teria o seu equipamento, um computador portátil de baixo custo, capaz de operar com os programas mais utilizados na área pedagógica, além do acesso à internet. Na realidade, em muitas instituições o computador já chegou às salas de aula, como na Escola Carlitos. Com duas unidades localizadas nos bairros centrais de Santa Cecília e Higienópolis, o Carlitos disponibiliza estações de trabalho em cada sala de aula do Ensino Fundamental I e II, afirma Eduardo Yoshi, consultor da instituição. Em relação às salas de informática, Yoshi destaca que é realizado um trabalho de manutenção preventiva e corretiva visando à redução no consumo de energia, por meio da remoção de aplicativos e arquivos ociosos.
(R.F.)