O cotidiano tecnológico nos mostra, cada vez mais, inovações e diversidades em vários aspectos que atravessam a nossa realidade. Partindo do pressuposto de que as ferramentas digitais e os aplicativos facilitadores adentraram em todas áreas sociais, intensificando a sua utilização em tempos de pandemia, percebemos um movimento crescente, especialmente no último ano, de educadores – dos ensinos básico e superior – que criaram canais de transmissão de conteúdos para a web.
Conhecida por todas e todos a plataforma YouTube, que agrega produtos específicos e canais de conteúdos diversos, tem sido um importante espaço educacional, principalmente com o aumento de “edutubers”, ou seja, de professores youtubers. Nessa dinâmica de ensino, que propõe interação, descontração, vídeos atrativos, linguagem acessível e estratégias de entretenimento, os edutubers estimulam uma nova/outra relação com o aprendizado para uma geração ávida por recursos digitais atrativos.
Para Giovani Lucas Miranda, empresário e professor de biologia, o estudo através de vídeos compartilhados pelo YouTube facilitou o acesso aos conteúdos “e, desta maneira, muitos alunos acabam utilizando esses vídeos como um complemento do estudo presencial. Tenho acompanhado inclusive alunos que utilizam apenas canais de ensino on-line para uma preparação para os vestibulares e ENEM.”
Com o intuito de compartilhar vídeos de experimentos científicos de maneira acessível, em 2016, conta Giovani, em uma parceria com mais dois professores (de Física e Química) montaram o canal chamado Academia de Cientistas. “No YouTube temos a liberdade de criar aulas diferenciadas. No caso da Academia de Cientistas utilizamos a experimentação e a mágica como um atrativo”, conta o professor. “É possível uma interação ao vivo com o seu público, alternando entre as aulas gravadas, garantindo, assim, uma relação mais próxima com o público que acompanha o nosso canal”, completa o professor e um dos sócios do canal.
QUÍMICA SIMPLIFICADA
Matheus Nahas, docente de Química do Colégio Marista Arquidiocesano (SP), encontrou, no YouTube, um espaço para disponibilizar vídeos com aulas sobre diversos temas ligados à disciplina – ao todo já são mais de 100 vídeos postados. Intitulado Vem de Química bb – nome escolhido por meio de uma votação entre os estudantes do colégio – a ideia de criar um canal ganhou força com a suspensão das aulas presenciais diante da pandemia do novo coronavírus.
Além dos materiais produzidos, o docente criou um grupo de estudos de Química dentro do canal chamado “Ainda dá tempo”. Nesse grupo, Matheus selecionou 100 alunos que colaboraram na divulgação do canal para ter um acompanhamento personalizado, com acesso a aulas exclusivas, cronograma de estudos, exercícios, plantões de dúvidas e análise de desempenho semana a semana. O professor tem promovido também lives semanais para tirar dúvidas. “Tenho tido uma boa resposta dos alunos. Eles gostam muito. Criei uma identidade para o canal que está sendo replicada no Facebook e no Instagram. Estou me dedicando para fazer um material de qualidade e tornar a Química algo mais simples na vida deles”, reforça Matheus. (RP)
Saiba mais:
Giovani Lucas Miranda – giovanibiologo@hotmail.com
Matheus Nahas – mnahas@colegiosmaristas.com.br