O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), considerado um importante exame para avaliação do desempenho do estudante, bem como uma ferramenta para ingresso no ensino superior, passará por algumas reformulações a partir do próximo ano. De acordo com a coletiva de imprensa que ocorreu na manhã desta quarta-feira (03) com Abraham Weintraub (Ministro da Educação) e Alexandre Lopes (Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a partir de 2020 o Enem terá aplicação digital em modelo piloto.
As primeiras aplicações digitais serão opcionais – Os participantes poderão escolher, no ato de inscrição, pela aplicação piloto no modelo digital ou pela tradicional prova em papel. No primeiro ano de teste, o modelo digital será aplicado para 50 mil pessoas em 15 capitais do país. Com essa nova versão, por meio de computador, o governo federal pretende realizar o exame em várias datas ao longo do ano, por agendamento. A aplicação permanecerá em dois domingos, nos dias 11 e 18 de outubro, e os resultados serão divulgados de forma conjunta.
O Enem 2020 terá, então, 3 aplicações disponíveis: digital, regular e a reaplicação. A reaplicação poderá ser solicitada caso algum candidato for prejudicado por algum problema de logística/infraestrutura durante a prova digital. A reaplicação ocorrerá em papel. A aplicação da prova em formato digital impactará a economia de impressão em papel, já que em 2019, mais de 10,2 milhões de provas serão impressas para o Enem. Os custos da aplicação superam R$ 500 milhões para os mais de 5 milhões de participantes confirmados na edição. Já do ponto de vista técnico, o Enem Digital vai permitir a utilização de novos tipos de questões com vídeos, infográficos e até a lógica dos games. Também será possível aplicar o Enem em mais municípios.
Mudança progressiva
O Ministério da Educação, por meio do Inep, já se prepara para a aplicação piloto em 2020, com o desenvolvimento/aquisição da plataforma digital e desenho da aplicação a partir de dados coletados pelo Censo Escolar. Estima-se que o custo inicial do projeto-piloto seja de R$20 milhões. Em 2021, serão realizadas duas aplicações digitais, em datas distintas, agendadas previamente, também opcionais. A edição servirá como aprimoramento do piloto. Permanecem a aplicação regular e a reaplicação em papel.
De 2022 a 2025, o Enem Digital seguirá sendo aprimorado. A previsão do Inep é realizar até quatro aplicações digitais, em datas distintas, com agendamento prévio e ainda opcional para os participantes.
Em 2026, a versão em papel para de ser distribuída e o exame só será em formato digital. A consolidação do modelo digital será marcada por diversas aplicações regulares ao longo do ano, por agendamento, em todo o país, e reaplicação também em modelo digital.
As capitais que receberão a prova em formato digital em 2020 são: Belém (PA); Belo Horizonte (MG); Brasília (DF); Campo Grande (MS); Cuiabá (MT); Curitiba (PR); Florianópolis (SC); Goiânia (GO); João Pessoa (PB);
Manaus (AM); Porto Alegre (RS); Recife (PE); Rio de Janeiro (RJ); Salvador (BA); São Paulo (SP).