Matéria publicada na edição 70 | Agosto 2011 – ver na edição online
Qual a melhor maneira de gerar energia elétrica ou se preparar para os momentos de apagão? Provavelmente, esta é uma das questões com a qual muitos diretores de escola se depararam ao longo do primeiro semestre do ano, em função das constantes quedas de energia provocadas pelos temporais e ventos fortes em grandes cidades do Sudeste brasileiro. Em um ambiente repleto de crianças, é necessário pensar na melhor solução, tanto em termos de custo benefício quanto para evitar interrupções das atividades com os apagões. As fontes alternativas de energia são variadas: por meio do sol, do vento, geradores a diesel ou óleo, entre outros. O engenheiro Edson Martinho sugere a energia fotovoltaica (solar) como a melhor para escolas. “Esta é acessível para pequenos sistemas, como é o caso. Portanto, é a minha opção”, diz Martinho, diretor executivo da Associação Brasileira de Conscientização para o Perigo da Eletricidade (Abracopel).
Vale lembrar que antes de realizar mudanças é necessário um bom estudo. “As energias alternativas podem ser instaladas como fonte complementar de energia elétrica e precisam de uma avaliação profi ssional antes. O sistema fotovoltaico depende da presença do sol por um determinado tempo e de um sistema de armazenamento da energia que, normalmente, é composto por baterias.” O engenheiro recomenda às escolas manterem conexão com a rede elétrica para situações em que os sistemas alternativos não deem conta de atender a demanda (caso de baixa insolação, por exemplo). Já para os sistemas de geradores, Edson Martinho ressalva que esses dependem de combustível e esbarram na problemática ambiental. Então, o mais correto é usá-los de maneira racional.
Para a arquiteta Denise Mazeto, implantar um sistema de energia alternativa numa escola exige planejamento, investimento inicial um pouco superior ao usual e disponibilidade para quebrar paradigmas. “De imediato o custo é maior do que de uma obra convencional, pois depende de materiais e mão de obra adicional. Porém, o sistema se paga em algum tempo pela economia na conta de energia elétrica”, avalia.
Mazeto implantou um projeto de fontes renováveis de energia na Creche Universo Infantil, no Jardim Guarani, zona Norte de São Paulo. Além de aproveitarem a água da chuva para ser usada na descarga dos banheiros, seus gestores começaram a utilizar um aquecedor de água solar de baixo custo. Outra economia simples foi dada pelas janelas amplas, que aproveitam o máximo da luz natural. Dessa forma, a conta ao fi nal do mês caiu cerca de 40%.
No entanto, a arquiteta observa que a grande vantagem de se trabalhar com tecnologias sustentáveis está na oportunidade de se vivenciar na prática uma nova visão de mundo junto aos alunos. “Todas as disciplinas escolares podem se benefi ciar destas tecnologias, seja as voltadas para ecologia, economia ou social. Somos seres conectados em todas estas dimensões e interagir com cada uma delas – unindo a teoria com as experiências aplicadas – contribui signifi cativamente no aprendizado dos cidadãos do futuro”, ressalta.