A ergonomia, presente em todos os ramos da atividade humana, pode ser caracterizada como um conjunto de estudos sobre a relação entre o trabalho e os indivíduos, a fim de garantir cuidado, segurança e um processo produtivo com saúde e bem-estar. Nas palavras de Valquíria de Lima (presidente) e Anderson Freitas (diretor) da Associação Brasileira de Ginástica Laboral (ABGL), “nos ambientes de trabalho a Ergonomia pode ser definida como um conjunto de ciências e tecnologias que buscam o ajuste mútuo entre o ser humano e seu ambiente de trabalho de forma confortável, produtiva e segura, basicamente procurando adaptar o trabalho às pessoas”.
Dessa forma, é necessário compreender que a ergonomia perpassa todas as condições de trabalho, bem como as adaptações necessárias que promovam um ambiente agradável. Nas escolas, contam Valquíria e Anderson, é importante se atentar às situações específicas de cada área. “No contexto escolar há necessidade de planejar os ajustes ergonômicos separando os diversos setores dentro de uma Instituição de Ensino, como verificar as necessidades de adequações para os funcionários que atuam na limpeza, manutenção e secretaria, alunos e docentes”, dizem.
Para garantir uma ergonomia educacional, com contribuições significativas ao rendimento do aluno e a qualidade do trabalho do professor, é necessário observar e acompanhar certas ações, que podem ser tomadas pelo próprio gestor ou mantenedor da instituição. Essas observações devem ser amparadas por alguns critérios ou normas técnicas específicas, como: NR-17 Ergonomia (estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas); Nota Técnica 060/2001 Ergonomia (indicação de postura a ser adotada na concepção de postos de trabalho); NHO11 (avaliação dos níveis de iluminamento em ambientes internos); NBR 13966:1997 Móveis para escritório (classificação e características físicas e dimensionais).
Na prática, após realizar uma análise ergonômica total e criar um diagnóstico após esse levantamento, é preciso efetuar os ajustes necessários para garantir a ergonomia tanto para os docentes (boa iluminação, mobílias adequadas, bom posicionamento do quadro, divisão da sala com número adequado de alunos) como para os estudantes (iluminação adequada, além de práticas de prevenções e adequações de mobiliários e do ambiente de ensino).
De acordo com a Valquíria, é interessante, também, contratar empresas ou especialistas para abordar aspectos da ergonomia nas escolas. “Acredito que as instituições de ensino, sejam elas privadas ou públicas, devem contratar especialistas que promovam ações de educação sobre a ergonomia nas escolas, como palestras sobre a postura nas carteiras, utilização adequada das mochilas, divisão do peso do material escolar, a importância do esporte/atividade física na prevenção de doenças e crescimento saudável. Ou ainda, promover minutos com alongamento, ginástica laboral para os professores, podendo ser em conjunto com os alunos, o que contribui ainda com a melhora da relação aluno-professor”, finaliza. (RP).
Saiba mais:
Anderson Freitas – comunicacao@abgl.org.br
Valquíria de Lima – valquiria@abgl.org.br