“É mais um passo de uma longa caminhada”, disse Rossieli Soares, secretário da Educação de SP. O currículo será implementado nas escolas da rede estadual de SP de forma gradual com o início da 1ª série do Ensino Médio em 2021
Na última quarta-feira, 29 de julho, o Conselho Estadual da Educação de São Paulo aprovou, por votação unânime, o currículo paulista do Ensino Médio. O currículo, alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), foi homologado por Rossieli Soares – enquanto ocupou o cargo de ministro da Educação, em dezembro de 2018. Soares, que agora ocupa o cargo de secretário da Educação de SP, ressaltou que a votação com aprovação unânime foi “uma etapa vencida”.
“É mais um passo de uma longa caminhada. São Paulo sempre foi referência quando se fala em construção curricular e vai servir de grande exemplo. Nosso bônus demográfico acaba agora, entre o final do ano de 2021 para 2022. Começamos a virar a chave e teremos menos jovens, por isso, formá-los cada vez melhor será ainda mais importante para o nosso país”, disse o secretário, que participou da plenária de forma on-line.
De acordo com o secretário, aprovar o currículo em São Paulo significa acelerar ao máximo o sonho de transformar a escola no lugar em que o jovem gostaria de estar. “A educação é a grande transformação em qualquer época. No momento que pós-pandemia, ela terá um papel ainda mais fundamental. Precisamos aproveitar essa ligação com a sociedade que, infelizmente, veio de uma forma assim, mas não podemos perder essa janela de oportunidades”.
O processo de construção do currículo foi iniciado no ano passado com a escuta de 140 mil estudantes e 18 mil professores/as, além de debates em seminários e em consulta pública. Vinte e sete redatores escreveram o texto. A previsão é de que o currículo seja implementado progressivamente aos alunos da 1ª série do Ensino Médio em 2021. Em 2022, para os estudantes da 2ª série, e consequentemente, para a 3ª série no ano de 2023.
O currículo do Ensino Médio paulista está estruturado em 3.150 horas, distribuídas em um período de três anos. Do montante total da carga horária, 1.800 horas são destinadas à formação básica e o restante, de 1.350 horas são referentes aos itinerários formativos. Estes itinerários terão mais do que a carga mínima prevista na legislação. Na formação geral básica, os estudantes terão os componentes curriculares divididos em áreas de conhecimento, como linguagens e suas tecnologias (língua portuguesa, artes, educação física e língua estrangeira); matemática; ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia); e ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, química e física).
Na carga horária referente aos itinerários formativos, o estudante precisa escolher uma ou duas áreas de conhecimento da formação geral para aprofundar seus estudos, ou ainda, a formação técnica e profissional para se aprofundar. Os componentes do Inova Educação – programa criado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo com o propósito de oferecer novas oportunidades para todos os estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio de SP – também farão parte dos itinerários formativos, com as disciplinas de eletivas, projeto de vida, e tecnologia e inovação.