Matéria publicada na edição 12 | janeiro 2006 – ver na edição online
Manutenção preventiva e profissionais capacitados são a fórmula para evitar complicações com as instalações hidráulica e elétrica do condomínio.
Todo síndico já enfrentou, pelo menos uma vez, problemas envolvendo as instalações hidráulicas do edifício. Vazamentos em colunas d´água e no barrilete são as piores dores de cabeça. Além de contratar empresas idôneas, a manutenção preventiva pode diminuir os transtornos.
Segundo o engenheiro Eduardo Utescher, proprietário da NCT Construções, um tubo de ferro galvanizado não dura mais do que 15 anos. “O correto é fazer a troca preventiva da tubulação, antes desse prazo, evitando o transtorno de ter um cano estourado”, aponta. Já no barrilete (conjunto de canalizações no topo do prédio, de onde derivam as colunas de distribuição da instalação hidráulica), se o próprio zelador ou síndico fizerem uma inspeção visual periódica, poderão perceber pontos de ferrugem. “O barrilete é a parte do condomínio que mais cuidados exige. Se estoura uma tubulação antes do registro, não há como fechar a passagem de água. Muitas vezes, só se percebe o vazamento quando a caixa d´água esvazia”, comenta Eduardo, completando que nas tubulações de hidrantes o nível de corrosão costuma ser menor. Quanto ao trabalho de troca de colunas, o engenheiro afirma que a NCT toma certos cuidados dentro dos apartamentos, como o uso de passadeiras para proteger o piso e proceder a quebra das paredes com martelete, ao invés de marreta e talhadeira. “Além de fazer uma quebradeira menor, o martelete é mais rápido”, diz. Eduardo também recomenda aos síndicos que troquem a coluna toda, e não por partes. “Não compensa financeiramente trocar por pedaços”, avalia.
Antonio Sérgio Silva Anjos, proprietário da Hidráulica Oceano, concorda com Eduardo: “A troca por partes dá mais transtornos.” Se a substituição é realizada num apartamento e depois a unidade de baixo apresenta vazamentos, tudo deverá ser quebrado novamente; ou seja, é trabalho dobrado. Conforme Antonio, as colunas antigas são substituídas por tubulações de PVC marrom ou cobre. “O cobre é um material mais caro. Porém, os fabricantes garantem que ele é eterno. Já o PVC dá muitos problemas nas conexões”, sustenta. Tubulações de ferro antigas tinham uma boa durabilidade, informa Antonio. As mais atuais, porém, são costuradas e de baixa resistência. “Quando colocamos o grifo para retirá-la, a tubulação racha inteira no sentido do comprimento”, conta. Para detectar se um vazamento é causado por problema em coluna, e não em algum ramal interno do apartamento, o melhor teste é fechar o registro daquele compartimento (banheiro, cozinha ou área de serviço). “Se o vazamento persistir, é sinal de problema na coluna”, informa Antonio que, além de substituição de colunas, faz troca de recalque de bomba de sucção (tubulação que capta a água das caixas inferiores e leva para as superiores).
Os síndicos têm tanto receio de uma obra que envolva a troca de colunas que muitos buscam outras soluções, achando que se livrarão do problema. Para Mauro Imoto, proprietário da Shop Service, especializado em válvulas redutoras de pressão, colunas, ramais internos e barriletes, criou-se um preconceito contra a troca de colunas por ser um procedimento agressivo. “Muitos síndicos preferem a limpeza da tubulação com aplicação de resina, que não implica em quebrar os apartamentos. Porém, esse é um sistema que só funciona em algumas circunstâncias. Se a tubulação estiver bastante danificada, não adiantará”, acredita. Para Mauro, não adianta estabelecer uma data limite para a durabilidade da instalação hidráulica do prédio. “Já vi prédios com sete a oito anos de construção iguais a um de 20 anos”, orienta. Para evitar reclamações com os moradores quanto à quebra dos revestimentos, Mauro recomenda que o ideal seria viabilizar a reforma dos apartamentos junto com a troca da coluna. Já quanto ao material utilizado na nova coluna, Mauro explica que prédios com até 10 andares não têm objeção em usar tubulação de PVC marrom. Já em prédios mais altos, o PVC não suporta a pressão da água.
Qualquer que seja o material escolhido, é fundamental escolher produtos de primeira qualidade para as instalações hidráulicas. A Hidráulica Vitória trabalha com a linha completa de tubos e conexões em PVC, cobre, ferro galvanizado e ferro fundido (ainda utilizado em garagens, para tubulações de esgoto e águas pluviais). “Recomendamos ao síndico que seja escolhido material de primeira linha para tudo que for instalado dentro da parede, eliminando o custo e transtorno de ter que quebrar depois”, orienta Frederico Tadeu Bley, um dos sócios da Hidráulica Vitória, que dispõe de mais de oito mil itens de material hidráulico das melhores marcas. A empresa atende condomínios da capital, litoral e interior.
Cuidados com a elétrica
Relaxar a manutenção das instalações elétricas pode custar muito caro ao condomínio. Os cuidados devem começar pelo centro de medição. “Por concentrar uma grande quantidade de equipamentos, como chaves, disjuntores, cabos de cobre, barramentos, etc., o centro de medição pode ser considerado o local onde as instalações são mais complexas. A manutenção preventiva é a ação mais efetiva contra a deterioração desses equipamentos, e só deve ser realizada por profissionais qualificados”, adverte o engenheiro Antonio Luiz Marinho, proprietário da Matech Engenharia, especializada em instalações elétricas.
Conforme Marinho, na inspeção dos condutores (cabos de cobre) deve-se considerar o estado da isolação do condutor, se há sinais de deterioração causada por aquecimento e ainda se existe ressecamento e/ou rachaduras do material isolante do condutor. Nos quadros e painéis, deve-se inspecionar a presença de corrosão, o estado da estrutura e as condições de fixação. Nos componentes movéis (disjuntores, chaves seccionadoras) é preciso checar possíveis sinais de aquecimento, limpeza, fixação, calibração, etc. Quanto aos componentes fixos (fusíveis, barramentos, canaletas, transformadores, etc.), o profissional precisa estar atento ao estado geral de conservação, fixação e limpeza.
Para o engenheiro, a falta de manutenção nas instalações elétricas de um condomínio deteriora ao longo do tempo todos os seus componentes, causando danos a equipamentos e gastos maiores nas manutenções corretivas. “Quando os problemas elétricos ficam evidentes, normalmente o custo para correção e adequação se torna bem alto”, orienta. Em prédios antigos, os problemas nas instalações elétricas costumam ser maiores, seja por defasagem na demanda disponibilizada pela concessionária ou por falta de manutenção, explica Marinho. “Nestes casos, o caminho correto a se seguir é sempre o da reformulação completa das instalações elétricas com elaboração de projeto e estudo de cargas das instalações”, recomenda.
Para qualquer obra que envolva a parte elétrica do condomínio, o síndico deve contratar empresas confiáveis, com engenheiro responsável cadastrado junto ao CREA e em situação regular. O síndico deve desconfiar de orçamentos muito baratos. “Nos deparamos com oportunistas no mercado, que prometem soluções mirabolantes a preços impraticáveis. O síndico deve procurar sempre a assessoria de profissionais de sua confiança. Não existem milagreiros e sim maus profissionais”, finaliza.
Serviço
Hidráulica Oceano
11.6910-0181
hidraulicaoceano@uol.com.br
Hidráulica Vitória
11.5632-0022
www.hidraulicavitoria.com.br
Matech Engenharia
11.4996-4094
matecheng@terra.com.br
NCT Construções
11.5543-8146
nctcontr@uol.com.br
Shop Service
11.5579-0835
resolvehidraulica@hotmail.com