Matéria publicada na edição 89 | Junho e Julho 2013 – ver na edição online
A procrastinação, isto é, o ato de adiar as coisas, está enraizada nas relações hierárquicas entre os líderes e os colaboradores das instituições de ensino. Os professores estão acostumados a responder às cobranças e não aos pedidos. A coordenação perde muito tempo cobrando e lembrando os professores para que estes não se esqueçam de entregar determinados projetos ou relatórios, como se fossem crianças. Em vez disso, deveriam se preocupar com coisas mais importantes, como analisar a didática, postura e as relações interpessoais em sala de aula. A infantilização deve- se muito à relação “PEDAgógica” entre as partes, mesmo não havendo na interlocução nenhuma PEDA (criança) e sim ANDRA (adulto / significados em grego antigo).
O pior é que em nome de um “pseudo- -humanismo”, é comum ocorrer um “perdão público” para as pessoas que não cumprem as tarefas e atividades nos prazos, desde que tenham uma justificativa convincente e que toquem o coração dos demais.
A meritocracia reduz muito a procrastinação, pois as pessoas que não cumprem determinadas normas são penalizadas e a coordenação perde a função chata e frustrante de cobradora, passando a ser a mediadora.
ESCOLAS COMO SOCIEDADES DEMOCRÁTICAS E IGUALITÁRIAS
Não existe nada pior que viver em uma corporação injusta, cheia de privilégios, onde impera o corporativismo, o “puxa-saquismo” e o revanchismo, onde para não ser demitido você tem que construir apenas o próprio network. Quando um plano de meritocracia é instalado, todos têm acesso às mesmas oportunidades ou igualdade competitiva. Assim, o único elemento a diferenciar uma pessoa de outra são as características idiossincráticas de cada uma delas, ou seja, seus talentos, competências e força de vontade para atingir os objetivos (desempenho individual). Por conseguinte, igualdade e meritocracia estão intimamente ligadas.
O primeiro passo prático da meritocracia é garantir igualdade de condições e estabelecer processos de análise de resultados que permitam uma avaliação justa.
GESTORES RECLAMAM DA FALTA DE COMPROMETIMENTO E ESFORÇO
Em uma visão macro, trabalho duro, sucesso e dinheiro nunca fizeram parte da mesma trilogia no imaginário nacional. Trabalho, na maioria das vezes, está associado à exploração e frustração; já sucesso e dinheiro, à sorte e corrupção, muito mais do que à determinação, recompensa e investimento em longo prazo.
Este conceito nasceu na época da colonização brasileira. Os portugueses, diferentes dos americanos, eram predadores que exploraram ao máximo, e por muito tempo, os trabalhadores brasileiros, enquanto que a colônia americana era orientada para a criação de uma sociedade pioneira, trabalhadora e progressista.
O Brasil nasceu com a visão de que o trabalho não está associado ao sucesso, e sim à exploração. Ao longo do tempo a desigualdade social serviu para reforçar essa crença de que trabalho duro não muda nada.
No caso de instituições de ensino, as coisas pioram ainda mais, pois um dos motivos que impedem o professor de sair da segurança da zona de conforto e se deparar com o desconhecido é o medo e a falta de costume, pois, algumas vezes quem está acostumado a ensinar acaba se esquecendo de como é aprender.
Para que o corpo docente sinta-se seguro ao se deparar com o novo é necessário que a instituição tenha líderes fortes e eficientes.
Por Christian Rocha Coelho
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