No cenário econômico atual, em meio à crise da Covid-19, dois fatores de preocupação das instituições de ensino são: a perda de matrículas e a inadimplência. Nesse cenário, a gestão financeira e a busca de novas estratégias de engajamento dos pais são fundamentais para uma escola se sustentar sem deixar de lado todos os compromissos para sobreviver.
A primeira visão da escola deve estar relacionada a gestão financeira, analisando as taxas de inadimplência e perdas de alunos, que causam impacto no setor de contas a receber. Mas também é preciso observar outros pontos, que englobam questões como a carga tributária do país, que é predatória.
As finanças não estão relacionadas apenas às contas a pagar e a receber; por trás desse tema há toda uma questão que diz respeito a administração de recursos – uma boa gestão dos setores de compra e venda, bem como o de cobrança, políticas de cargos, salários, entre outros.
É preciso, mais do que nunca, um setor financeiro capacitado, um olhar mais cirúrgico sobre as entradas, e, principalmente, sobre as saídas. Com isso, o empreendimento tem mais chances de geração de receitas e redução dos custos, tendo fôlego para projetar o futuro do negócio mesmo em um ambiente totalmente inóspito.
É importante ter em mente que a hora não é de acomodação, nem de medo, mas sim de análise e negociação, e buscar fazer diferente. Só sairá fortalecido da crise, que ainda irá durar, quem tiver coragem de investir em fazer diferente.
É hora de buscar reservas, por mais que pareça complexo falar disso. Para que uma escola tenha tranquilidade em desenvolver seus projetos é preciso ter, acima de tudo, capital de giro, ou seja, dinheiro guardado que possa garantir a continuidade das atividades, mesmo com possíveis inadimplências, saída de alunos, entre outras situações emergenciais.
Diferenciais da educação
Porém, além de uma boa gestão, a escola precisa de estratégias diferenciadas nesse momento, tendo um contato mais próximo com os pais dos alunos e possibilitar um maior engajamento. É preciso mostrar o valor da instituição e buscar uma minimização da inadimplência e das saídas de alunos.
Uma alternativa que vem se mostrando muito completa nesse ponto é o desenvolvimento de projetos de educação financeira que incluam os pais. Em escolas em que a educação financeira está na grade curricular, constata-se que a inadimplência não subiu, pois o projeto de educação financeira pode gerar mudanças comportamentais em toda a família, até nos pais.
Em centenas de escolas pioneiras na implementação do projeto, os benefícios já estão sendo sentidos tanto pelos alunos como por seus familiares, que lidam melhor com o dinheiro, quanto pelas instituições de ensino, que observam a diminuição da inadimplência e da saída de alunos.
Lembrando que a escola pode tomar um lugar de maior protagonismo na vida dessas famílias, oferecendo subsídios para atravessar o momento atual, de instabilidade financeira.
Hoje, a realidade nos mostra que fazer o que era feito nas escolas no passado não é mais o bastante para a sobrevivência do negócio. A palavra inovação nunca foi tão necessária, mas, pela longevidade da crise que vivemos, infelizmente são menores as margens para erros, e, por isso, é fundamental buscar caminhos certeiros. Priorizando sempre, é claro, a boa gestão e a saúde do negócio.