O gestor chega na escola às sete da manhã e é mais ou menos assim… abre o WhatsApp e já tem cinco mensagens: mãe reclamando da agenda; professora avisando que vai faltar; e pai perguntando se vai ter aula no feriado de 2027.
Gestão escolar virou sinônimo de “resolver pepino”? Se sim, algo está errado. Por isso, separei algumas dicas práticas para você repensar comigo.
A escola precisa de processo, não de super-herói
Gestor que centraliza tudo, trava o crescimento. É preciso confiar na equipe, delegar com clareza e ter processos bem definidos — da matrícula à merenda. Se cada funcionário faz do seu jeito, o caos é só questão de tempo. Mas atenção: delegar NÃO quer dizer largar mão da escola! Muito pelo contrário, acredito que a presença do dono é fundamental em qualquer empresa. Só que a gente não pode confundir presença com querer fazer todas as tarefas sozinho. Isso é humanamente impossível.
A própria LDB “convoca” a um trabalho coletivo, com participação dos profissionais e das famílias. Ou seja: não é só sua responsabilidade. É um dever de todos. É o que acontece na prática? Talvez não. Mas temos que sempre caminhar para isso. Ou pelo menos tentar e evoluir todos os dias.
Inadimplência se resolve com gestão, não com oração
Todo gestor já passou pela dor de olhar o financeiro e ver mais vermelho que boletim de aluno em recuperação. Mas tem jeito:
- Tenha um contrato bem redigido. Se puder, conte com a consultoria de empresas de advocacia especializadas no assunto;
- Inclua cláusulas de inadimplência claras;
- Ofereça formas práticas de pagamento;
- Use plataformas de cobrança automatizadas.
E lembre-se: cobrança não é agressiva quando é organizada, educativa e humanizada.
Tecnologia não é gasto, é alívio de carga
Se você ainda usa caderno para controle de chamada, agenda de papel, livro caixa… Amigo, o século XXI mandou lembranças! Plataformas de gestão escolar ajudam a: organizar o financeiro; acompanhar o desempenho pedagógico; enviar comunicados em massa; gerar relatórios em um clique.
Escolha sistemas que estejam de acordo com a LGPD (Lei 13.709/18) — proteção de dados é obrigatória, não opcional. Desde o site da escola às redes sociais e aplicativos.
Agenda cheia não é sinal de produtividade
Tem gestor que se orgulha de não ter tempo nem para almoçar. Só que isso não é produtividade. Isso é desorganização com nome chique.
Priorize:
- Planejamento semanal – comece a semana sabendo o que importa realmente;
- Agenda compartilhada com a equipe – o time também precisa se organizar e saber quando pode contar com você ou não, respeitando seus horários;
- E diga não ao que não cabe. O tempo da gestão é tempo de decisão e vale ouro! Aprenda a adiar ou negar o que não vai te trazer receita. Sabe aquele cafezinho que você vai tomar só para fazer “um favor” para a pessoa que convidou? Aprenda a dizer NÃO. Muitas vezes ele está roubando seu tempo com coisas que não agregam em nada!
Se a sua escola está sempre correndo atrás do prejuízo, talvez seja hora de parar e perguntar: “Eu estou gerindo ou estou sobrevivendo?” E se a gestão está te sugando tempo, energia e não trazendo retorno financeiro, talvez não seja sobre desistir — mas sobre repensar, diversificar e lembrar que você é maior que um CNPJ. E se a gente não tira um tempo para pensar de vez em quando, não enxerga novas possibilidades.
Separe um tempo para visitar feiras, participar de congressos e estudar! Só quando a gente sai “da caixa” consegue ver certas coisas com clareza. Lembre-se que gestão prática não é luxo. É pré-requisito para uma escola viva, sustentável e com propósito. E tudo isso, além de ajudar a sua saúde financeira, colabora também com sua saúde mental. Pense nisso!
Porque, no fim das contas, escola é lugar de aprendizagem — inclusive para quem lidera. E vamos falar a verdade: quem vive apagando incêndio não tem tempo de aprender nada novo. Respire. Repense. E construa a escola que faz sentido para você — e que transforma a vida de quem passa por ela.