A administração escolar enfrenta, cotidianamente, adversidades que perpassam toda a sua gestão. Em tempos econômicos desafiadores, é importante seguir planejamentos eficientes, estabelecer critérios para equilibrar os gastos, e criar estratégias para lidar com o que vem sendo identificado como um dos maiores problemas das redes de ensino particular: a inadimplência.
IMPACTOS
As ressonâncias da inadimplência podem afetar a administração financeira escolar, a médio e longo prazos, gerando uma desestabilização nas contas das instituições, acarretando diretamente no fluxo de caixa. Acilio Marinello, coordenador de MBA na Trevisan Escola de Negócios, comenta que manter o equilíbrio do fluxo de caixa é um grande desafio para a instituições, que têm despesas fixas e elevadas, como a remuneração dos funcionários, o aluguel, as despesas do uso do imóvel, os impostos, além de despesas com parceiros, fornecedores, serviços e soluções de ensino.
“A inadimplência pode impactar no fluxo de caixa das instituições no sentido de, na falta de recursos próprios disponíveis para honrar esses compromissos, a instituição vai entrar em atraso com alguns deles ou vai ter que recorrer a bancos para obter linhas de crédito, de capital de giro, pagando juros para poder se manter adimplente e prover toda a infraestrutura necessária aos estudantes”, afirma o coordenador.
CONTROLE
Uma estratégia eficiente, conta Marinello, que pode ser utilizada por gestoras/es para controlarem as inadimplências, é manter um relatório atualizado de acompanhamento com indicadores bem definidos, com dados aferidos e ter uma cobrança preventiva. Nesse sentido, a utilização de soluções tecnológicas focadas no planejamento e na gestão financeira, é uma escolha válida que auxiliará diretamente na rotina e no acompanhamento do/a diretor/a escolar.
“A cada início de ano, há a necessidade de renovar os equipamentos da escola, laboratórios, adquirir novos computadores e até mesmo suprir materiais para o corpo administrativo. Por isso, é crucial antever esse tipo de investimento e realizar um planejamento minucioso das contas, despesas e receitas da escola. Esse planejamento visa manter um fluxo de caixa equilibrado, com saldo positivo durante a maior parte do ano”, destaca.
Quando a inadimplência de um/a estudante está instaurada e é necessário realizar contatos de cobrança, Marinello ressalta a importância de uma abordagem humanizada e que valorize o relacionamento entre família e escola. “Buscar uma negociação amigável, que leve em conta todos os aspectos dessa relação entre a escola, os estudantes e suas famílias, é fundamental. É verdade que em grandes instituições de ensino torna-se inviável manter um processo personalizado devido à quantidade de alunos que podem enfrentar a inadimplência. Nessas situações, muitas vezes é necessário contratar um escritório ou uma empresa terceirizada para intermediar a questão”, finaliza. (RP)
Saiba mais:
Acilio Marinello – acilio.marinello@trevisan.edu.br