O hábito da leitura é uma ferramenta valiosa para a aprendizagem e o desenvolvimento de todos e todas. Com a leitura (e a partir dela) abre-se um mundo de possibilidades e experiências, vínculos afetivos, descobertas significativas, bem como o estímulo de interpretação de texto, conhecimento de novas palavras, a expansão da comunicação e as interações múltiplas e criativas com o conhecimento.
Segundo Maria Angélica Cardoso, professora de produção de texto do Colégio Cândido Portinari (BA), “a descoberta da leitura acontece de modo particular e diferente para cada um. Pode começar desde a infância, quando os pais leem para os filhos antes de dormir, da avó que conta histórias do seu tempo, na escola com o estímulo da leitura de livros, com os professores iniciando um capítulo de uma narrativa, uma conversa com um escritor e por meio de projetos de Literatura”, avalia a professora.
Para Solange Rodella, coordenadora da Educação Infantil do Colégio Montessori Santa Terezinha (SP), “o hábito da leitura entrega uma série de benefícios que incluem empatia, fortalecimento da criatividade, construção do senso crítico, além da redução do estresse”. Além de projetos literários nas escolas e do incentivo no núcleo familiar, a relação com a leitura também pode ocorrer via tecnologias digitais em aplicativos e plataformas on-line.
Letícia Reina, gestora educacional de uma plataforma de leitura, acredita que as tecnologias digitais devem ser usadas com intencionalidade pedagógica, para a formação de leitores e produtores de conteúdo. “As tecnologias podem e devem estar a serviço da construção de leitores críticos, éticos e responsáveis. Usar as plataformas digitais e seus meios para pesquisa, por exemplo, é um procedimento que pode ser formador, no sentido de desenvolver a habilidade de busca curada, de fonte confiável”.
“As buscas na internet, por exemplo, de diferentes temas têm que ser pauta de sala de aula, fazendo com que os estudantes compreendam que, atualmente, todos podem produzir e publicar conteúdo. A questão é: como pesquisar e discernir aquilo que é seguro, confiável e verdadeiro? Todos esses procedimentos de pesquisa podem estar atrelados aos diferentes componentes curriculares e serem trabalhos na construção de conceitos e atitudes previstos na BNCC”, complementa a gestora.
Para Letícia, algumas ações podem ser trabalhadas por gestoras/es escolares para potencializar o estímulo à leitura na rotina escolar. Uma delas é investir na formação leitora da equipe de educadores/as. “Quanto mais leitor e quanto mais se discutir sobre leitura com os/as professores/as, mais se conquista um planejamento eficaz e que de fato as leituras sejam intencionais e transformadoras. Investir em rodas de literatura com os/as educadores/as, por exemplo, pode gerar em toda a comunidade escolar um incentivo à leitura”, diz. Uma outra ação é envolver as famílias “em feiras, eventos, saraus de poesias, produções coletivas de crônicas, de modo que as famílias compreendam o trabalho da escola, se engajem” e, assim, também participem da formação leitora. (RP)
Saiba mais: Letícia Reina – atendimento@direcionalescolas.com.br