Matéria publicada na edição 96 | Março 2014 – ver na edição online
A partir da década de 70 quando as grandes empresas começa- ram a prestar mais atenção nos seus departamentos de recursos humanos, pelo fato de seus colaboradores começarem a tomar ciência de seus direitos e buscarem novas oportunidades, inúmeras pesquisas nessa área foram realizadas. Um estudo importante, que posteriormente foi base para muitas publicações, comparou uma empresa com um ecossistema, partindo do princípio que ambas são organismos em pleno desenvolvimento. No ecossistema/em- presa existem populações de espécies dife- rentes que interagem e convivem no mesmo ambiente.
Estas são divididas em três grupos:
proativos – São chamadas de “pessoas que vestem a camisa da empresa” e geralmente representam menos de 20% da população. tem como características serem abertas às inovações, proativas, trabalhadoras, empre- endedoras, líderes e tendem a assumir as responsabilidades. A escola somente atingirá a excelência na prestação dos seus serviços educacionais se seu corpo docente for formado por percen- tual significativo de colaboradores proativos.
pragmáticos – A grande parcela dos colabo- radores, mais de 60%, são pessoas que têm dificuldade em ter um planejamento profissio- nal e pessoal definido, tendem a seguir um líder (sendo este positivo ou negativo), osci- lam a produtividade em decorrência de fato- res externos e são práticos nas tomadas de decisões cotidianas, mas procrastinam e são inseguros nas decisões importantes e quando se deparam com o novo. Uma equipe pragmática possivelmente não gera perda de alunos, mas por outro lado, não proporciona um ensino de excelência.
reativos – Fazem parte dos 20% restan- tes. São pessoas que precisam de ajuda (líderes negativos*), colaboradores que não concordam ou não entendem a filosofia e as regras da instituição, e os indivíduos que necessitam de tratamento terapêutico. Quanto maior o número de reativos, maior será a rotatividade de funcionários e a sensa- ção de insatisfação coletiva, causando a per- da de alunos e baixa qualidade pedagógica.
*Líder negativo – O homem, como todo mamífero social, vive em grupos ou clãs subdivididos em castas desde a sua pré-história. No topo da pirâmide encontramos o líder alfa, que atingiu este posto devido algumas características de liderança desenvolvidas. para que a equipe continue a se desenvolver, sempre existirão jo- vens com características de liderança prontos para substituir o líder alfa, caso este não tenha mais condições de cumprir o seu papel. No mundo moderno, no corpo docente, quando o líder alfa, que formalmente é o coordenador, não desempenha o seu papel, corre o risco de perder a liderança do grupo para um líder na- tural que pode ser benéfico se for um aprendiz e compactuar com a filosofia da instituição ou negativo se for um opositor.
Sem nenhuma interferência, a tendência do ecossistema de uma escola é ficar na casa de 20% proativos, 60% pragmáticos e 20% reativos.
A falta de liderança e gestão é um fator que abre espaço para o nascimento de uma lide- rança negativa que poderá produzir um dese- quilíbrio e aumentar a população de reativos. Existem escolas onde a direção não consegue implantar meritocracia, assistir às aulas, fazer feedback diretivo em grupo, avaliar os profes- sores, isto é, o número de reativos é muito ele- vado e possivelmente com representantes da coordenação (10% proativo, 50% pragmático e 40% reativo).
Outro fator que afeta o equilíbrio das popu- lações são as chamadas “panelinhas”. Quan- do pequenos grupos são fixados dentro da corporação, estes passam a pensar de forma coletiva. Se um membro recebe uma advertên- cia, todos ficam chateados, podendo baixar a produtividade do grupo. Para qualquer empresa o importante é reduzir ao máximo o número de colaboradores rea- tivos e pragmáticos e aumentar o número de proativos. para isso, algumas estratégias de- vem ser seguidas:
1 – reuniões de feedback diretivo – As esco- las que possuem a cultura do monitoramento constante tendem a ter uma população de pragmáticos reduzida, pois quando moni- torado, o adulto sente-se confiante em sua capacidade de experimentar ou adquirir um novo hábito. Eles não estão sozinhos nesta empreitada, ao seu lado existe uma pessoa com conhecimento e liderança para acompa- nhá-los, ensiná-los e apoiá-los ao longo de uma nova experiência.
2 – Delegar ao máximo – Ações descentrali- zadoras propiciam autonomia para a equipe que é, segundo a andragogia, um elixir para o cérebro, pois libera hormônios que causam sensação de prazer e bem-estar. Quanto mais autonomia tiver a equipe maior será a população de proativos.
3 – recuperação de professores (Coaching in- dividual) – Os encontros individuais precisam acontecer quando os indivíduos são identifi- cados como reativos e no momento em que ocorrerem comportamentos negativos e as reuniões de monitoramento em grupo não sur- tirem mais efeito.
Após seis meses da implantação destas ações, espera-se uma mudança de população na proporção de 50% proativos, 40% prag- máticos e 10% reativos, o mínimo esperado para uma equipe de excelência
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