Já houve um tempo em que muitos chefes poderiam acreditar que a gentileza e a delicadeza eram mera perfumaria e que o poder do cargo lhes bastaria.
Atualmente uma instituição de ensino precisa de resultados consistentes e diferenciais para se manter no mercado. Ora, diante de maus tratos, de um clima ruim, de carteiradas ou de líderes grosseiros, o cérebro humano não funciona bem. Simplesmente pois, como aponta Paul Tough em “Uma questão de caráter”*, o eixo HPA (Hipófise – pituitária – glândula adrenal) quando hiperativado diante de estresse, tende a refrear o funcionamento das áreas do cérebro responsáveis pela criatividade, pela aprendizagem.
Profissionais tensos tendem a se desmotivar. Ir à empresa se torna um martírio. A resposta, se o marcado está bom e o profissional gabaritado, é que os talentos vão embora em busca de campos férteis para florescerem. Se o mercado está retraído e/ou o profissional não tão qualificado, o “troco” diante do mau trato é mostrado indiretamente: pelo desperdício, atraso, pelo trabalho entregue sem brilho, de forma desinteressada e sem vida.
Gestos simples como cumprimentar a todos pelo nome, elogiar um bom trabalho, disponibilizar um ambiente bem arejado, iluminado, com água fresca, café quentinho e alimentos saudáveis. Nada disso pode ser visto como uma pera de tempo ou um sacrifício. Ao contrário. Cuidar com gentileza e delicadeza dos recursos físicos e humanos, dando atenção às pessoas e aos detalhes, demonstra que você se importa. Bem tratados, tendemos a tratar bem aos demais. Simples assim.
*Para saber mais: TOUGH, Paul. Uma questão de caráter. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.
Prof. Leo Fraiman – Psicoterapeuta, escritor e palestrante. É autor da Metodologia OPEE, adotada atualmente por mais de 150 escolas em todo o Brasil, e também do livro “Como Ensinar Bem”, pela Editora OPEE. Integrante do conselho mundial de educação para autonomia da Danone. Consultor Site: www.leofraiman.com.br