A profissão de educador é muito delicada – todos nós sabemos. Com ela, o professor tem a missão de orientar o crescimento de crianças, adolescentes e jovens, para que eles desenvolvam suas potencialidades e competências cognitivas, sociais e emocionais, para que expandam sua mente e coração, os estimulando a construir um futuro de realização.
É uma profissão de muita responsabilidade e importância, ainda que, muitas vezes, seja desvalorizada.
Reconhecendo as dificuldades da missão de educador, podemos sempre refletir sobre como não deixar que as dificuldades nos desmotivem desse papel tão precioso e essencial na preparação de cidadãos felizes e realizados.
Cada vez mais o ambiente escolar reúne professores, pais, cientistas e pesquisadores das neurociências e das ciências cognitivas, com um único norte: dar um novo estímulo à curiosidade, ao prazer e à alegria de aprender para as nossas crianças e jovens.
Desse trabalho em conjunto, três pontos importantes de reflexão emergem:
1º – Não subestimar nossos alunos e suas potencialidades, assim ajudamos para que se sintam capazes e competentes. Encorajar seus esforços e compreender os seus erros, já que errar é a condição para o aprendizado. Desta forma, ajudamos o aluno a se sentir capaz e a construir sua autoestima. Ele necessita enxergar nos olhos dos seus professores que eles acreditam no seu valor e na sua capacidade, sentindo que é valorizado e apoiado nas suas dificuldades. Se o aluno é humilhado e desvalorizado, perde a vontade de aprender, começa a acumular insucessos e a rejeitar a escola e o estudo.
2º – Ajudar o aluno a desenvolver a atenção. A atenção é a porta de entrada para o aprendizado. As informações não serão memorizadas se não foram anteriormente recebidas e fortalecidas pela atenção. Ela se torna concentração e autocontrole e se desenvolve na criança durante toda a infância e adolescência, por isso o professor pode ajudar – e muito – no desenvolvimento progressivo da atenção, para que o aluno aprenda a escolher estratégias apropriadas e a inibir estratégias inadequadas.
3º – Trabalhar com a intenção de que cada dia de aula seja um prazer para o aluno e não um momento de ansiedade, estresse e medo que bloqueiam o aprendizado. Há décadas que as neurociências e os estudos sobre as competências emocionais nos ensinam que é a nossa parte emocional que toma as decisões.
Os conhecimentos se fixam no cérebro juntos com as emoções, ou seja, se aprendo com curiosidade, alegria e entusiasmo, a aula será gravada na memória com essas emoções. Se aprendo com medo, tensão e humilhação, essas emoções são gravadas e se ativa internamente um alarme, uma reação instintiva de “melhor fugir disso que não me faz sentir bem”.Se cria no aluno um circuito negativo, é o pontapé inicial para que ele comece a rejeitar a escola e o estudo, gerando uma acumulação de insucessos.
É importante tornar as horas de aulas momentos de prazer, apoiar os esforços, mesmo que seja com um sorriso ou um encorajamento. A sensação de ser reconhecido e de estar fazendo progressos é, em si, uma recompensa.
Esses pontos de reflexão nos permitem ajudar o aluno a se sentir mais forte e amparado para enfrentar os desafios que se apresentam, com mais interesse, paixão e vontade de aprender, pois compreendeu que isso fará toda a diferença na sua vida, no seu sucesso e na sua realização. Quando o interesse e a vontade de aprender são estimulados, permitimos que o entusiasmo entre na vida dos alunos e se expanda em relação a contextos mais amplos, ao conhecimento de si mesmo, do mundo, de suas necessidades, interesses e objetivos, se apropriando do direito de escolher o próprio futuro e, consequentemente, sua autorrealização.