O principal motivo que faz uma instituição de ensino crescer de forma sustentável, isto é, comprometida com o bom ensino, com os alunos, seus familiares e o meio em que vive, é a qualidade da prestação dos seus serviços educacionais, que compreende a proposta pedagógica, o trabalho realizado em sala de aula, a qualidade do corpo docente e as relações interpessoais entre colaboradores, famílias e alunos.
Políticas promocionais de preços e descontos mais agressivos, investimentos na infraestrutura e em tecnologia, estratégias de antecipação das rematrículas, campanha de propaganda e pós-atendimento são fatores coadjuvantes, que impactam e mexem com o mercado em um primeiro momento, produzindo bons efeitos momentâneos que não perduram sem uma base educacional consistente.
É comum nos depararmos com uma escola que possui um bom projeto pedagógico e, mesmo assim, sofre com o baixo crescimento. Existem fatores externos que dificultam a vida das instituições de ensino, tais como: crise econômica, instabilidade política, aumento de custos, excesso de oferta, guerra de preços e o crescimento da concorrência; e também fatores internos, como: falta de visão sistêmica, desorganização, baixa gestão e uma liderança pouco profissionalizada.
Um outro fator muito presente nas escolas é a falha na divulgação do trabalho pedagógico e, consequentemente, na valorização da prestação dos serviços.
“O trabalho realizado é bom, mas não ultrapassa os muros da escola”.
Falta, principalmente ao corpo docente, a cultura de disseminar com constância e periodicidade o que ocorre em sala de aula para que a instituição e os seus colaboradores sejam respeitados e valorizados.
“Quanto mais os pais conhecerem o que o professor faz em sala de aula, menor será a necessidade da equipe de atendimento e vendas negociar descontos”.
Outro aspecto relevante é o seu branding, isto é, o valor e a gestão da marca da instituição. Às vezes, mesmo sem intenção, as escolas geram institucionais negativos, como escolas fracas, indisciplinadas, antiquadas ou bagunçadas, que ficam enraizados na memória das pessoas que compreendem o seu público-alvo (alunos, famílias, staff, ex-alunos, prospects e mercado regional).
A falta de comunicação e os erros de imagens são uma das principais causas que impedem o crescimento das instituições de ensino que possuem um bom trabalho pedagógico. Neste caso, a escola precisa ficar atenta a algumas questões relevantes.
Dicas para uma boa comunicação:
• Cuidado com a linguagem para apresentar o conteúdo pedagógico
Ao invés de usar terminologias no dialeto “pedagogês”, conhecidas somente pela área educacional, a comunicabilidade se dará com mais facilidade quando houver uma linguagem direta e coloquial, com a qual o receptor sinta-se familiarizado com as palavras e que, para isso, não seja necessário esforço para decifrá-las.
• Excesso de marketing de coopetência
Marketing de coopetência ou rede de valor é a associação da marca de parceiro conhecido e reconhecido com o nome da empresa. No segmento educacional, o marketing de coopetência acontece pelo acréscimo de parceiros que complementam o trabalho pedagógico, como os sistemas de ensino, programas bilíngues, empresas esportivas e de projetos diferenciados, como empreendedorismo, maker e socioemocional.
Bem dosado, é um bom apoio institucional, porém, a divulgação da empresa parceira não pode chamar mais atenção que a própria escola nas campanhas de matrículas, no site, nas redes sociais, no merchandising da recepção e na fachada. Na busca por um diferencial competitivo, algumas escolas valorizam de forma excessiva o marketing de coopetência, correndo o risco de tornar sua imagem dependente da empresa complementar.
• A propaganda negativa
Peça para os colaboradores tomarem cuidado com o que divulgam nas redes sociais, na portaria e na recepção. “O institucional nasce e se desenvolve de dentro para fora da escola”. Boas matrículas!