Por Leiza Oliveira
Quando somos crianças sempre surge à velha e mesma pergunta: o que você quer ser quando crescer? Muitos pequenos afirmam o desejo de serem professores. No próximo dia 15 de Outubro se comemora o Dia do Professor no Brasil. Em algumas partes do mundo há um dia especial para os que ensinam, comemorações e feriados decretados. Entretanto, a profissão não é uma das mais incentivadas pelos pais. Carreiras tradicionais como direito e medicina ainda ocupam lugares de destaques no incentivo a crianças e jovens.
Alguns motivos justificam isso e um deles é a “perseguição” que muitos docentes passaram no mundo todo ao longo da história. Os detentores do saber foram queimados na idade média e exilados nas grandes guerras. Ter conhecimento era e é perigoso. Pior ainda os que têm conhecimento e podem passá-lo para outras pessoas. O discernimento muda estruturas políticas, econômicas e sociais. Logo, saber incomoda principalmente autoridades e gestores. Além desse quesito segurança ainda temos a questão monetária. Nem sempre professores são bem pagos. Principalmente os de escolas letivas.
O Brasil passou por um período de evasão na categoria. Pessoas não se candidatavam para cargos de docentes nas redes municipais e estaduais. E com isso o governo criou várias campanhas de incentivo. Incluindo o aumento do salário e novos benefícios monetários. A procura aumentou um pouco, mas ainda há muito a ser feito.
Me debrucei em alguns estudos e também ouvir os mais de 10 mil alunos que já formei na rede Minds quanto as suas aspirações de carreira. Constatei que ser professor vai bem além de um dom ou um desejo infantil. É um trabalho conjunto entre pais, escola, e o governo que esta criança\jovem está inserida.
Logo, por mais que exista discrepância nos valores pagos aos professores da Finlândia e do Brasil, R$ 5mil e R$ 2,5, por exemplo, enxergo a responsabilidade que as redes de ensino têm nesse cenário. Quando valorizamos a categoria elevamos a qualidade de vida e a satisfação desses professores pela escola que atua.
O professor é o nosso cartão de visita. São esses colaboradores que representam a minha escola, Minds, por exemplo. É por meio da experiência que os meus alunos têm com eles que a minha marca será reconhecida e atestada. Assim sendo, criar um ambiente acolhedor e dar salários melhores é algo imprescindível para o crescimento do negócio escolar.
Precisamos desmistificar que os que lecionam ganham pouco ou são infelizes nas suas atividades. Se a sociedade agir com sinergia desde os pais apoiando a decisão dos seus filhos, a ações concretas do governo e escolas com bons planos de gestão, o Brasil e o restante do mundo só tem ganhar.
Leiza Oliveira é CEO e diretora educacional da rede Minds Idiomas. Fez magistério, ciências contábeis e administra um total de 70 escolas de idiomas. Possui escolas nas 5 regiões do país. Realiza treinamento de franqueado, lida diretamente com alunos e atualmente reside nos Estados Unidos para trazer tecnologia para dentro das salas de aula das escolas da Minds.