A escola é um espaço físico que concentra milhares de estudantes diariamente, de diversas faixas de ensino, durante um período de tempo significativo – e esse tempo é ampliado se pensarmos em instituições de ensino integral. Para além de diversos compromissos, responsabilidades e experiências acionados pelo plano pedagógico, o zelo pela saúde de todos os estudantes é um cuidado considerável, que deve ser amparado de forma plena e irrestrita.
Em outubro de 2018 foi sancionada a Lei 13.722/18, determinando que professores e funcionários de escolas (públicas e privadas) de ensinos infantil e básico devem ser capacitados em primeiros socorros. A Lei, conhecida como “Lei Lucas” (em homenagem ao estudante Lucas Begalli Zamora, que sofreu uma fatalidade durante um passeio escolar), define que os cursos de primeiros socorros sejam ofertados anualmente, tanto para a capacitação como para a reciclagem do aprendizado.
Segundo o portal da Agência do Senado Federal, “o objetivo do treinamento é possibilitar que os professores consigam agir em situações emergenciais enquanto a assistência médica especializada não for proporcionada”. Wellington Moreira Ribeiro, enfermeiro, pedagogo, especialista em Urgência e Emergência e em Saúde Coletiva, reforça que é fundamental que professores e colaboradores realizem treinamento em primeiros socorros, com reciclagem anual, e mantenham o quadro mínimo de 1/3 de colaboradores por turno capacitados conforme prevê a Lei 13.722/18.
“Não se sabe quando uma emergência pode acontecer, e estar preparado para ajudar pode fazer toda diferença. Desta forma, quanto mais pessoas capacitadas em primeiros socorros estiverem em um local, mais seguro esse local passa a ser e menos serão os riscos de morte e sequelas diante de uma emergência”, relata o especialista. Segundo Wellington, a escola é um ambiente de transformações, assim, falar de saúde na escola contribui para formar cidadãos mais conscientes quanto ao autocuidado e a prevenção.
“Quando falamos em primeiros socorros, saber o que fazer diante de uma emergência faz toda a diferença. Em uma situação como engasgo grave ou parada cardiorrespiratória, a cada minuto sem as manobras adequadas pode fazer com que a vítima morra ou tenha sequelas graves, podendo perder 10% de chance de sobrevida a cada minuto que passe sem intervenção”, ressalta.
Na prática, conta Wellington, as crianças a partir dos cinco anos têm condições de aprender instruções básicas de primeiros socorros, por meio de uma pedagogia lúdica e leve, respeitando o desenvolvimento neuropsicológico individual e das turmas. “Ensinar a criança a identificar situações de perigo, telefones de emergência, como pedir ajuda e como se manter em segurança são assuntos fundamentais para abordar o quanto antes, ainda é possível ensinar técnicas simples como curativos em escoriações. Para crianças um pouco maiores, podemos inserir técnicas de desengasgo e auxílio em crises convulsivas. Para os adolescentes podemos realizar manobra de reanimação cardiopulmonar, além do uso do desfibrilador externo automático DEA”, completa. (RP)
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Wellington Moreira Ribeiro (CorenSP 351.139) – wmr_wellington@hotmail.com