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Se eu soubesse da Pandemia seis meses antes…

Muitas coisas certamente teriam acontecido de forma diferente.

Apesar de fazer, desde 2016, uma série de investimentos em plataformas para aulas online e capacitar os professores para lidar com a tecnologia, teria intensificado as ações. Não fomos pegos de surpresa nesse aspecto, uma vez que só precisamos transformar a ferramenta que já usávamos como suporte para as aulas presenciais, o Google Class, em canal oficial para que os alunos pudessem acompanhar as aulas online garantindo o máximo do aproveitamento pedagógico.

Com mais tempo e oportunidade de planejamento, com certeza já teria implantado um sistema de revezamento na escola, tanto de alunos quanto de funcionários, a fim de evitar aglomerações. Os funcionários com idade mais avançada e do grupo de risco permaneceriam em casa antes do vírus se espalhar, para garantir a proteção de todos.

Como já temos dispensers de álcool em gel, saboneteiras e torneiras adaptáveis distribuídos pela escola, entraria com um reforço em sala de aula, com o auxílio dos professores, sobre as melhores práticas e instruções de higiene para os alunos. Outra medida prévia seria convidar as famílias para uma reunião, na qual explicaríamos as mudanças necessárias na rotina – a fim de intensificar a parceria família e escola em um período como este – além de fazer uma preparação para o que viria no futuro. Obviamente não seria simples ou fácil, uma vez que teria que lidar com os mais céticos, com algumas críticas e até com a descrença de algumas pessoas quanto às medidas preventivas, mas me manteria firme, pois, atitudes como essas poderiam ter evitado as medidas mais drásticas com as quais temos que conviver na atualidade.

Quando lidamos com uma pandemia com o tamanho desta que estamos enfrentando, outro aspecto extremamente importante tem relação com o equilíbrio emocional. Sem sombra de dúvidas, voltaria algumas aulas ao foco da saúde mental, muito embora a já tenhamos na grade curricular uma disciplina com foco no Socioemocional. Explicaria aos alunos sobre protocolos de emergência e exercícios para manter a mente mais saudável. Neste aspecto, as reuniões com as famílias não seriam apenas informativas, mas formativas.

Se eu soubesse da pandemia seis meses antes, talvez ficasse bem angustiada, mas agiria para evitar angústia e desespero daqueles ao meu redor. Sei que por mais que fizesse, não seria o suficiente para fazer as pessoas acreditarem em minhas ações e talvez até os meus gestos de carinho pudessem parecer exagerados, mas eu não iria temer os julgamentos e seguiria firme nos meus propósitos.

Talvez, um dos maiores desejos do ser humano é saber o que futuro nos reserva, mesmo que esse futuro seja muito próximo. O fato é que poucos segundos poderiam ser suficientes para mudar e até salvar uma vida inteira.

Refletindo a esse respeito, percebo o quanto a procrastinação se faz presente nas nossas vidas. Boa parte de nós, enquanto sociedade, não tomava medidas preventivas de segurança e higiene tão rígidas como as praticadas agora. Também não abraçávamos as pessoas tanto quanto desejávamos, não dizíamos com a frequência que deveríamos o quanto o outro é importante em nossas vidas.

Sempre fui tranquila e tomei decisões de forma serena, baseadas em muitas reflexões. Dessa forma, anunciada a Pandemia estou mantendo a calma e comandando o Colégio com a mesma motivação. Acalmei minha equipe e passei-lhes a segurança necessária. Como não podemos prever o futuro, preparamo-nos para agir no presente, com calma e certos de que a ciência dará conta do coronavírus. Claro, com responsabilidade social, todos os integrantes da sociedade são peças-chave para impedir o avanço do COVID-19. Não podemos entrar em pânico, temos que confiar na ciência e nos médicos.

Vamos promovendo as adaptações necessárias para viver um dia após o outro. Em paralelo, certa das boas ações que pratico no dia a dia, agradeço a Deus por minha saúde e peço proteção para meus familiares, amigos e toda a humanidade. Mas, quem dera só por um momento, todos nós tivéssemos a chance de ver o futuro e assim evitar tantas perdas, tanto sofrimento no mundo. Vamos aproveitar para refletir sobre como conduziremos nossas ações daqui em diante, valorizando ainda mais aqueles que nos cercam e dando algum conforto e atenção a quem mais precisar.

VAI PASSAR, FIQUE EM CASA!

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