Proposto pelo governo do Estado de São Paulo, o objetivo do projeto é criar escolas específicas, oferecendo classes de apenas um dos três ciclos: Anos Iniciais (1º ao 5º ano), Anos Finais (6º ao 9º ano) e Ensino Médio. Assim, não haverá diferença de idades nas escolas, possibilitando uma gestão aprimorada e um acompanhamento preciso
Por Rafael Pinheiro
Qualidade no ensino, novo modelo escolar e aprimoramento de estratégias pedagógicas são, basicamente, os três pilares que sustentarão os edifícios educacionais em 2016 na rede estadual paulista. Essa nova proposta pretende ampliar o número de escolas com um ciclo único de estudantes, além de gestão e adoção de planos de ensino focados na fase e idade de aprendizado dos alunos.
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo anunciou na última quarta-feira, 23 de setembro, uma reorganização escolar para a rede pública, que entrará em vigor no próximo ano, com o intuito de expandir escolas segmentadas por ciclos, por exemplo: alunos do Ensino Médio estudarão apenas com estudantes desse segmento.
“A rede de ensino foi preparada para mais de 5 mil escolas absorver mais de 6 milhões de alunos. Com a queda da taxa de natalidade, nós temos, hoje, aproximadamente 4 milhões de alunos matriculados. Então, o momento é apropriado para que você entenda e incorpore o segmento específico na escola para uma melhor ação pedagógica”, disse Herman Voorwald, atual secretário da Educação de São Paulo, em entrevista ao Bom Dia São Paulo, na TV Globo.
Segundo o secretário, esse movimento de reorganização trará uma tranquilidade “para a mãe que tem um filho de 07 ou 08 anos e deseja que seu filho esteja com crianças da mesma faixa etária”, e, para o Ensino Médio, a preocupação com essa nova formulação é redobrada. “O Estado de São Paulo está trabalhando em uma reformulação do Ensino Médio, então é importante que se amplie a escola única e exclusivamente do Ensino Médio para que você tenha um espaço para que esse jovem construa a sua formação ao longo dos três anos de ensino e esteja preparado para o ingresso nas universidades”, ressaltou.
Entre os benefícios dessa medida estão a redução dos conflitos existentes entre alunos de idades diferentes, além da possibilidade de trabalho e gestão para séries do mesmo segmento. “Com isso, a gestão mais simples viabilizará que a ação educativa ocorra de maneira correta. O aprendizado ocorre melhor, assim como a gestão pedagógica, a formação continuada do professor e a recuperação do aluno ocorre de forma mais apropriada”, destacou o secretário.
Para concretizar essa alteração, os alunos das escolas reorganizadas deslocarão até 1,5km de sua escola atual para a nova unidade de ensino, facilitando a implementação e movimentação do projeto sem afetar o transporte – tanto dos alunos como dos professores.
A orientação para alunos e professores sobre as novidades serão divulgadas a partir de novembro deste ano e, em um primeiro momento, nem todas as escolas serão reorganizadas, ou seja, há um planejamento de diferenças demográficas e a necessidade de atendimento as especificidades de cada região do Estado.