Por Marcelo Lopes
A pandemia transformou a educação de crianças e jovens em uma escala sem precedentes. Em meados de abril de 2020, mais de 90% dos estudantes do mundo estavam fora das salas de aula.
Conforme a demanda por aprendizado remoto crescia, a tecnologia educacional passou a ser cada vez mais adotada. Novos aplicativos e softwares começaram a ser usados ao lado de métodos tradicionais de ensino, provando que o digital tinha potencial. O cenário exigia uma transformação imediata.
No entanto, o que talvez seja mais preocupante é que retrocedemos à medida que as escolas reabriram os portões. Centenas de instituições do país, da Educação Infantil ao Ensino Superior, deixaram de aproveitar a oportunidade e interromperam o processo de revolução da educação previsto nas normas de educação vigente.
As instituições apenas substituíram o analógico pelo digital ou presencial pelo remoto, mas não mudaram a forma de ensinar e aprender, por isso é tão fácil retroceder ao que sempre foi.
Essa substituição foi um grande avanço e uma oportunidade para planejarmos a continuidade. Apenas os gestores visionários irão avançar, pois é sempre mais simples voltar para a zona de conforto.
As conexões estabelecidas durante a pandemia não podem ser perdidas, temos que nos reconectar e retomar a direção, ir para além da substituição, e prosseguir com metodologias que foquem no aprendizado (não apenas no ensino) e que usem a tecnologia como meio para facilitar, conectar, colaborar, romper distâncias, dar acesso, tornar o aprendizado mais ativo, significativo e prazeroso.
Para o gestor, é uma oportunidade de ser assertivo e tomar decisões baseadas em dados que a tecnologia oferece.
A transformação da educação deve ser contínua e soluções digitais surgem a cada segundo em um mundo com dinâmica extremamente rápida. O ecossistema que não se capacitar para essas atualizações corre o risco de se extinguir.
Está claro que uma nova solução melhora as interações, mas essa inovação deve ser impulsionada por objetivos estratégicos. A tecnologia não é um fim em si mesma.
A aprendizagem só é eficaz, principalmente, se a utilização dessas ferramentas está alinhada aos resultados desejados.
De um lado, estão nossos alunos nativos digitais motivados por novas experiências imersivas e interativas. Do outro, estão nossos professores precisando de apoio e tempo para aprender a usar essas tecnologias de forma inteligente.
Mas esse processo vai muito além de um hardware ou software, tem que ter visão dos gestores, capacitação, incentivo, motivação, engajamento e integração envolvida.
Desse modo, vemos que a transformação da cultura digital impacta a gestão, o desenvolvimento de pessoas, as práticas pedagógicas, e muda a experiência dos estudantes para, de fato, inovar o jeito de ensinar e aprender.
Bons gestores irão transformar o uso de tecnologia conquistados até aqui em Fluência Digital promovendo transformações significativas em suas instituições. Com sistemas inovativos e, não necessariamente com produtos inovadores, mantenedores, professores, alunos e famílias trabalham juntos para uma melhor comunicação e aprendizagem.
E isso só é possível com o uso de recursos visuais, textuais, dinâmicos e facilitadores, que muitos optaram por abandonar.
Sim, e infelizmente, estamos retrocedendo.
Marcelo Lopes É Co-fundador e Diretor Pedagógico da Foreducation EdTech. É líder dos Consultores Pedagógicos. Cria e implanta programas de Tecnologia Educacional para instituições de Ensino Básico e Superior. É palestrante sobre Tecnologia Educacional. Desenvolvedor de produtos educacionais em parceria com a Google Education. Também cria programas de gestão de mudança no ambiente educacional. E é responsável por novos contratos e parcerias.