Matéria publicada na edição 100| Agosto 2014 – ver na edição online
É a partir da educação através da correspondência, que a educação a distância (EAD) com intencionalidade pedagógica definida, da forma como conhecemos atualmente, começa a ganhar um papel importante e crescente na sociedade.
A educação por correspondência foi banalizada pelos educadores e pela população, vista muitas vezes como educação de “segunda categoria”.
Marcada por práticas educacionais tecnicistas, os conteúdos muitas vezes eram elaborados e corrigidos por autores ou equipes contratadas para esses fins, sem envolvimento direto de professores de escolas ou de universidades. Entre os anos de 1940 e 1960 a educação por correspondência no Brasil foi marcante, objetivando principalmente a educação profissional e a empregabilidade. Exemplos bem conhecidos, e que funcionam até hoje, são o Instituto Universal Brasileiro e o Instituto Monitor que ofereceram estudos para uma grande quantidade de alunos.
O rádio também foi um importante meio utilizado para a educação a distância brasileira. Em meados dos anos 20, programas de rádios eram criados com conteúdos voltados para a educação, os programas geralmente eram voltados também para a qualificação profissional. Um dos pioneiros nos programas de rádio para educação foi Edgard Roquete Pinto, em 1923, os alunos tinham acesso ao material impresso, ouviam as aulas pelo rádio e podiam fazer a interação através de cartas. Entre as décadas de 70 e 80, outro meio de comunicação importante que aproveitou de seu potencial para a educação foi a televisão.
A iniciativa ganhou força em 1969, com a criação da TV cultura que foi e ainda é um importante canal de educação. A partir dos anos 60, com a inserção de computadores nas Escolas e universidades, a educação a distância por meio dos computadores começou a ser introduzida na comunidade. A origem do uso de computadores na educação começou em 1924, com a invenção de uma máquina para corrigir testes de múltipla escolha, a máquina de Pressey e, posteriormente, com os estudos de Skinner, que desenvolveu uma máquina, em 1950, para ensinar baseando-se no estímulo e na resposta, do feedback e do reforço.
Dos anos 50 até os dias atuais, longe das máquinas de ensinar, inúmeros projetos foram desenvolvidos na área de utilização de computadores na educação, tendo o Brasil desenvolvido soluções tecnológicas e processos de ensino e aprendizagem utilizando computadores na educação e a internet de forma integrada à prática pedagógica dos professores.
No fim dos anos 80 e principalmente começo dos 90, com as grandes transformações tecnológicas, a popularização do computador pessoal e o advento do desenvolvimento da Internet, observa-se o crescimento da concepção da formação de uma “sociedade do saber e da informação”. Assim, o que em um primeiro momento dava certa insegurança ao professor que imaginava sua atuação sendo substituída pelo computador, posteriormente presumia-se que uma nova forma de aprendizagem em que a construção de conhecimento dependia tanto do professor quanto do aluno.
Algumas das vantagens de se fazer cursos a distância é o acesso a informação, que muitas vezes fica restrito aos grandes centros, podendo assim o aluno adequar o seu estudo às suas necessidades de tempo e de local de acesso. E com a popularização do acesso à internet através de smartphones a facilidade de se estudar a qualquer hora e em qualquer lugar.
A educação a distância pode também beneficiar pessoas portadoras de deficiências ou dificuldades de locomoção, pessoas que se encontram distantes de centros urbanos com instituições de ensino superior ou escolas, que trabalham em regime de turnos ou em viagens, dentre outras situações.
Pensando em todas as vantagens da Educação a Distância a Metodologia de gestão aquática do Gustavo Borges que credencia estabelecimentos com piscina pelo Brasil inteiro está capacitando profissionais de natação através de uma plataforma digital. A capacitação pedagógica sobre o método de natação Gustavo Borges que até então era totalmente presencial, dependia do deslocamento de um profissional até o local requisitado para o curso que era de 16 horas presenciais. Atualmente com o advento da Educação a Distância o curso passou a ter 44 horas totais sendo 16 horas são presenciais e 28 horas a distância. Com isso os professores capacitados ficam em contato constante com outros profissionais do Brasil e com os especialistas da Metodologia Gustavo Borges através da plataforma podendo tirar dúvidas e trocar experiências a qualquer momento e de que qualquer lugar.
Ainda há muitos mitos por trás desta modalidade de ensino que devem ser superados, como a crença de que educação a distância diminui gastos e que é uma metodologia que exigirá menos do aluno. A aplicação de um projeto de Educação a Distância ainda é um desafio, pois exige mudanças em todos os envolvidos, desde os idealizadores do projeto quanto aos professores e alunos, mas a partir de um bom planejamento torna a experiência rica e motivadora.
Adriane Cônsolo
Mestre em educação pela PUC-SP, coordenadora educacional na Metodologia Gustavo Borges e consultora em educação a distância.