Atualmente são várias as questões que afligem nossas escolas, tais como violência, evasão escolar, dificuldades de aprendizado e distúrbios psiquiátricos. Estes últimos, segundo pesquisas de comprovação científica, são considerados a causa mais devastadora na população de jovens entre 10 e 24 anos (Global Burden of Disease – World Health Organization,2009). Têm-se mais problemas de saúde mental do que doenças respiratórias nesta faixa etária. São também vários os estudos que apontam a associação entre baixo desempenho e problemas comportamentais que podem conduzir aos transtornos mentais.
Os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do País. Uma série de estudos sobre o Brasil, publicada no periódico médico Lancet, apontam as doenças mentais como responsáveis pela maior parte de anos de vida perdidos pelos brasileiros, devido prioritariamente a doenças psiquiátricas. Já um outro estudo em uma escola pública de Brasília evidencia o estarrecedor índice de estresse e burnout entre seus professores. Mais de 15% dos professores apresentaram, segundo Nadia Beserra Leite (UNB), a Síndrome de Burnout em uma população de 8 mil.
A relevância de trabalhar em prol da prevenção vem de encontro à várias outras ações tais como a da inclusão. Um conduta preventiva que também provê educação minimiza os encaminhamentos desnecessários aos centros de saúde, ao mesmo tempo em que oportuniza tratamentos adequados. Uma conduta que sabe incluir é transformadora e integradora, a qual minimiza desgastes desnecessários, erros de conduta e otimiza ações pedagógicas e de saúde da mente.
Logo através destas informações testemunhamos, por uma lado, como tais problemas afetam os alunos (jovens) e por outro, como afetam os professores (adultos). Fica evidente, então, que“Saúde Mental é Fundamental”! Quanto mais informações competentes, mais desenvolvimento saudável conquistamos.
Buscando desenvolver programas de excelência para promover a saúde da mente, o Cuca Legal, um projeto da Psiquiatria/Unifesp (respaldo científico) conta com apoios, dentre estes, da Secretaria da Educação e de um dos maiores programas mundiais, o Teen Mental Health, do psiquiatra canadense Stanley Kutcher. O projeto Cuca Legal busca a prevenção dos problemas de saúde mental, provê educação por meio da informação e visa a diminuição do estigma. Para tanto, utiliza estratégias educacionais e recursos das neurociências para exercitar as competências emocionais e modificar atitudes.
Conta com uma equipe interdisciplinar que abre na última quarta do mês espaço de troca e ciência para profissionais e instituições interessadas. Tal projeto tem como pesquisador responsável o psiquiatra Dr. Rodrigo Bressan e como coordenadora geral a educadora e neuropsicóloga, Profa. Adriana Foz.
Há 3 modelos que podem ser replicados nas escolas interessadas. São estes, Adote uma Escola de Cuca Legal ( modelo de 1 ano); Pocket Cuca Legal ( modelo de 1 dia); e Rodas de Cuca Legal ( modelo de 7 intervenções).
Projeto Cuca Legal:
Missão
Promover Saúde Mental na Escola por meio de modelos de intervenção e políticas educacionais para desenvolver competências sociais, emocionais e diminuir o preconceito.
Visão
Consolidar-se como um programa de excelência que promove a mudança de atitude em Saúde Mental na Sociedade Brasileira por meio da educação para a prevenção do Transtorno Mental.
Por Adriana Fóz*
Ministra cursos e palestras por todo o Brasil sobre temas relacionados à neurociência na educação em suas diversas vertentes. Recentemente leva a palestra “Plasticidade Emocional” para o mundo corporativo, instituições e escolas. Em dezembro de 2012 lançou o livro “A Cura do Cérebro” (Editora Novo Século, 2012), onde narra a sua história de superação após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
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