Matéria publicada na edição 31 | Setembro 2007 – ver edição online
Uma opção aos livros didáticos
Há escolas que ainda preferem o bom e velho livro didático. Porém, o fato é incontestável: tanto escolas particulares quanto redes públicas estão apostando nos sistemas de ensino apostilados para garantir um ensino eficaz. Os defensores desse tipo de material preferem-no ao livro didático por oferecer maior organização ao aluno, além de mais serviços para a escola. Na verdade, os sistemas oferecem, além do material didático (já chamados de livros, e não mais de apostilas), metodologia pedagógica e serviços de marketing. A tecnologia também é um ponto forte dos sistemas de ensino – há quem ofereça aulas via satélite e programas para lousas digitais às escolas parceiras. Do ponto de vista pedagógico, há linhas de produtos variadas – das mais conteudistas, voltadas para o vestibular, às de inspiração construtivista.
Enfim, optar por um sistema de ensino não é decisão das mais simples. Apesar de comumente ser usado como marca para se diferenciar da concorrência, a escola não pode viver só em função do sistema de ensino e nem perder a sua identidade enquanto instituição. Ao escolher por este ou aquele sistema, a escola deve ouvir a opinião de toda a equipe pedagógica. Cleide do Amaral Terzi, especialista em educação e assessora e consultora educacional da Ronca e Terzi Consultores Associados, afirma que uma decisão desse porte precisa estar respaldada por concepções, diretrizes pedagógicas e posicionamentos declarados pela escola em seu projeto pedagógico e curricular. “Essa matriz institucional constitui o conjunto de referenciais balizadores das escolhas e orientações didáticas, inclusive das opções relativas à adoção de livros ou materiais apostilados. Ao contrário, quando as escolas aderem apressadamente, e sem fundamentos consistentes à aquisição de materiais, sofrem várias ordens de críticas e pressões, porque tornam, muitas vezes, seus discursos pedagógicos fragmentados, distantes de suas práticas reais de sala de aula”, completa.
O Colégio Radial, de São Paulo, é um exemplo de instituição que optou pela adoção de um sistema de ensino. A parceria já dura mais de 25 anos. “Existe uma identificação entre as duas instituições no sentido de que tipo de alunos queremos formar. Vemos o sistema de ensino como um roteiro apenas. A escola tem liberdade para adequar esse roteiro às suas necessidades. Ele não é um fim, é uma ferramenta de trabalho, portanto contribui para o processo de aprendizagem. O que achamos que é mais importante, aprofundamos, priorizamos”, admite Marta Millego, diretora do Radial. As coordenadoras pedagógico-educacionais do colégio, Sandra Albuquerque e Vanessa de Carvalho Salamon, advertem: “O papel do professor é fundamental no trabalho com o material didático, por isso é preciso conhecer e dominar a proposta metodológica. Dessa forma, os professores conseguem estruturar os conhecimentos, tornando os processos de ensino mais eficientes, produzindo situações de ensino-aprendizagem que possam gerar um aprendizado significativo”, finalizam.