Certa vez me deparei dizendo a seguinte frase “isso não é do meu tempo”! Talvez tenha sido um pretexto para justificar a minha dificuldade em enfrentar as mudanças. Talvez tenha sido um apego ao tempo vivido ou mesmo uma maneira de fugir do desconhecido. Ora enfrentamos essa diversidade como uma novidade, ora a repudiamos com a mesma intensidade.
Aqui e nem ali é espaço para identificar qual geração é a mais correta. O que é indiscutivelmente certo para a “Geração pai” é absolutamente oposto para a “Geração filho”. O que determina o lado mais assertivo é a maneira que as duas verdades se entrelaçam.
A “Geração pai” deve reconhecer a gama de inovações que a “Geração filho” apresenta e, em contrapartida, trazer com uma roupagem nova as riquezas da geração já vivenciada. Assim deve ser o percurso vivido, reconhecer que os espaços são os mesmos, mas o que muda é a decoração desse ambiente.
Se antes o brincar na rua era a opção mais divertida, hoje, jogar virtualmente é o que tem mais significado.
Se antes mandar carta a um amigo demonstrava o carinho com o mesmo, atualmente, curtir um link nas redes sociais é também mostrar que aprecia e admira as escolhas desse amigo.
Assim são os dois lados. Algumas vezes parecem obtusos, no entanto, se forem cuidados de uma maneira especial, as duas vivências tornam-se complementares, enriquecendo uma mesma história.
Saibamos cuidar das nossas vivências não as deixando se tornarem conflitos. Tentemos valorizar o que é nosso, respeitar o que é do outro e desfrutar o que é de todos, assim seremos todos da mesma geração, sem resquícios do ontem e nem preconceitos do hoje, apenas vivendo o que construímos juntos.
“Um pouco do meu, um tanto do seu, um montão que torna nosso!”
Amanda Castanheira é graduada em Pedagogia e pós graduada em Psicopedagogia com especialização em EAD. Escritora de livros infantis e consultora pedagógica em veículos de comunicação