Estudos apontam que a primeira característica que distingue a maior parte das crianças que fracassam em aprender a ler é a baixa habilidade de consciência fonológica e que, por outro lado, as crianças que têm esta habilidade avançam de forma mais fácil e produtiva na leitura e escrita e no desenvolvimento do letramento.
Na escrita de um sistema alfabético, como o Português, as crianças devem entender que aqueles sons associados às letras são precisamente os mesmos sons da fala, isto é, tomem contato com as estruturas mínimas da linguagem que são os fonemas.
A consciência fonológica é a habilidade de compreender a maneira pela qual a linguagem oral pode ser dividida em componentes cada vez menores: sentença em palavra, palavra em sílaba e sílaba em fonema. Ela e a aprendizagem da leitura e da escrita se desenvolvem em uma ‘pista de mão dupla’, uma vez que uma contribui para o sucesso do desenvolvimento da outra.
Alguns autores apontam ainda para o fato de que esta habilidade não surge repentinamente ou somente em decorrência do aprendizado do nome e dos sons das letras.
Tarefas sobre o tamanho, as semelhanças e as diferenças das palavras, ou seja, sobre as características sonoras das palavras, assim como tarefas de isolamento ou manipulação de fonemas e das unidades suprasegmentais da fala (isto é, das sílabas ou rimas) viabilizam concretamente o seu desenvolvimento.
O trabalho de estimulação pode englobar o reconhecimento e produção de rimas, análise, síntese, reversões e outras manipulações silábicas e fonêmicas, além de habilidades em realizar a correspondência entre fonema e grafema e vice versa.
A consciência fonológica exerce um papel importante no processo de aprendizagem da leitura e escrita em línguas alfabéticas, pois a criança precisa ter essa consciência para se apropriar do sistema alfabético da escrita.
Fonoaudióloga graduada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM), com Aprimoramento Profissional pelo Hospital do Servidor Público Estadual e Especialização em Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC. Atuação em ações de promoção da saúde, prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e orientação de aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na linguagem oral e escrita, na articulação da fala, na voz, na fluência e no sistema miofuncional orofacial.
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