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Dica — Iluminação: Espaços exigem tratamento diferenciado

Matéria publicada na edição 66 | Março 2011

Salas de aulas, bibliotecas, espaços multimídia, laboratórios, pátios e quadras demandam um tratamento apropriado de iluminação, que considere fatores como desempenho, saúde, economia e segurança, observa o arquiteto Guinter Parschalk, especialista em luminotécnica e titular de um dos principais escritórios da área no Brasil. Por desempenho, entenda-se o equilíbrio entre a incidência de luz, o conforto e a produtividade dos estudantes, observa Guinter. A sala de aula, por exemplo, deve apresentar um fator mínimo de 500 lux de luminância, mas é preciso cuidar ainda da sua distribuição, de forma a garantir uma boa incidência na área da lousa e, ao mesmo tempo, evitar o ofuscamento sobre os alunos.

Por outro lado, a presença cada vez maior de telas e computadores nas salas exige tratamento diferenciado, ressalva o arquiteto. É necessário reduzir a “iluminação na área de projeção, sem, contudo, afetar o espaço dos estudantes”. Além disso, “salas providas com monitores devem ter os mesmos cuidados que escritórios, ou seja, atender aos níveis exigidos por lei e, adicionalmente, utilizar luminárias com proteção parabólica ou duplo-parabólica, para evitar ofuscamentos e reflexos nas telas do computador”, orienta. A luminária parabólica (tipo comum no mercado), em geral afixada no teto, apresenta um ângulo de incidência que reduz o brilho.

Outro aspecto relacionado ao conforto é a chamada “temperatura de cor” das lâmpadas fluorescentes. A dica é do engenheiro eletricista Marco Poli, diretor da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação). A “temperatura de cor” diz respeito à sua tonalidade e o padrão ideal para as salas de aula fica entre 4000 K (Kelvin) a 5000 K, afirma Poli, lembrando que este é um patamar neutro. “Uma temperatura de cor de 3000 K (quente) é indicada para ambientes mais aconchegantes, o que daria ao aluno um estado de relaxamento. Já os de 6500 K (frios) os deixariam ‘alertas’ demais e, consequentemente, agitados.”

Em relação à economia, Marco Poli observa que inúmeros equipamentos disponíveis no mercado (como reatores eletrônicos de partida controlada, minuterias e sensores de presença) contribuem para racionalizar o uso da iluminação. Quanto às lâmpadas, o arquiteto Guinter Parschalk diz que as fluorescentes, tubulares ou compactas, permanecem as mais indicadas. “Apesar dos LEDs estarem em franco crescimento, acabou de ser publicada pela agência sanitária francesa (Afssaps), no final do ano passado, uma pesquisa que aponta inúmeros problemas causados por eles sobre a saúde e a qualidade de vidas das pessoas”, ressalva Guinter. “Como este é um assunto relativamente novo e polêmico, muita coisa pode acontecer, pois o mundo não poderá viver apenas de parâmetros de eficiência energética”, conclui o arquiteto.

Por Rosali Figueiredo

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GUINTER PARSCHALK
guinter@studioix.com.br
MARCO POLI
abilux@abilux.com.br

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