Protagonismo, criatividade, aprendizagem colaborativa, inovação e interação – todas essas características ganham proporções significativas no âmbito educacional, sobretudo quando percebemos o crescimento de metodologias ativas e novas/outras formas de proporcionar a relação entre ensino-aprendizado na contemporaneidade.
Por meio de um movimento que promove uma experimentação em sala de aula, a chamada cultura maker – que deriva, de certa forma, da ideia do “faça você mesmo” – adentra cada vez mais nas instituições de ensino com o intuito de valorizar trocas e interações com o conhecimento de forma prática – ou, como alguns dizem, “o ensino mão na massa”. “A cultura maker pode ser definida como uma resolução de problemas, de forma prática e objetiva, em que o aluno encontra, por ele mesmo, formas de fazer, solucionar, criar, com criatividade e, muitas vezes, poucos recursos”, diz Luizinho Magalhães, diretor acadêmico da escola Luminova.
Nesse sentindo, o movimento maker, partindo da união entre teoria e prática, e do protagonismo no processo de aprendizagem, reflete os anseios, necessidades e habilidades do século 21. “Esse reflexo pode ser visto nas novas gerações, sobretudo a Alpha, que é composta por nascidos a partir de 2010 e totalmente inseridos em ambientes rodeados por tecnologia”, destaca Magalhães.
“Seus novos hábitos de relacionamento com o meio (pessoas e informações) indicam que elas serão muito mais independentes que seus antecessores e, portanto, parte daí a imprescindibilidade de um ambiente educacional mais voltado para as necessidades e interesses dos alunos, de preferência de forma prática, inovadora, divertida e não mais para o padrão sistematizado e hierárquico de antes”, complementa.
MUDANÇAS E DINÂMICAS
Se, por um lado, a cultura maker provoca uma disrupção e, com isso, um protagonismo dos estudantes, é preciso, por outro lado, compreender e refletir sobre o papel do/a educador/a nessa nova dinâmica. Dessa forma, a diretora do Colégio Mater Dei, Sueli Cain, acredita que é necessário ter um corpo docente capacitado para o desenvolvimento de atividades que envolvam a cultura maker.
“Primeiramente, é necessário ter um corpo docente capacitado para o desenvolvimento de atividades que envolvam a cultura maker, e que utilize essa cultura como ferramenta para potencializar atividades e projetos que estejam desenvolvendo. Não acredito ser eficaz ter uma ‘aula maker’, é necessário que realmente seja uma cultura da escola que permeia todo o currículo”, destaca Cain.
Quando realmente se torna uma cultura dentro da escola, diz a diretora, a criatividade e o protagonismo florescem nos alunos, “os professores passam a ser mais ‘orientadores’, o ensino (que vem do professor) dá lugar à aprendizagem (que parte do aluno), o envolvimento do aluno cresce, visto que está dando significado ao que aprendeu teoricamente e, além do desenvolvimento cognitivo, as habilidades socioemocionais são desenvolvidas também”, completa. (RP)
Saiba mais:
Luizinho Magalhães – luminova@escolaluminova.com.br
Sueli Cain – sueli.cain@weducation.com.br