Reconstruindo a prática pedagógica
Por Rafael Pinheiro
O panorama atual, composto por recursos avançados, facilidades tecnológicas e sistemas modernos, compõem um cenário contemporâneo: a utilização de novos métodos em todos os âmbitos, principalmente entre as relações sociais e culturais. E, nesse processo de reestruturação, a educação é um dos pilares dessa tranformação.
Em 2015, cerca de 150 escolas particulares iniciarão suas aulas com um novo sistema de ensino. O sistema Uno Internacional, aliando as funcionalidades do tablet, bilinguismo, capacitação dos professores e avaliações diferenciadas, foi desenvolvido no Brasil e atualmente é utilizado no México, envolvendo 130 mil alunos de 420 escolas. A proposta é diminuir a distância existente entre a pedagogia estruturada e a imersão tecnológica na qual os jovens vivem.
Hoje, podemos visualizar uma mudança significativa na área didática, destacando o campo tecnológico. Os diversos recursos, inovações e projetos educacionais pautados pela inserção em experiências tecnológicas garantem resultados positivos. “Acredito que as práticas que colocam os alunos como protagonistas em trabalhos colaborativos são as que criam mais significados no processo de ensino e aprendizado. Neste contexto, a tecnologia pode conectar as pessoas, oferecer plataformas de interação, tornar o processo mais dinâmico e atraentes para os nativos digitais”, afirma Marcelo de Freitas Lopes, coordenador tecnológico.
Segundo o especialista, a tecnologia, se bem utilizada, pode tornar a aula mais dinâmica e interativa. Mas o foco não deve ser na tecnologia e sim na relação professor e aluno, pois a tecnologia deve ser encarada como um meio, não um fim. “A educação não pode ser baseada em simplesmente passar informação. O professor deve ajudar a gerenciar as informações que estão disponíveis para os alunos aplicarem em uma situação real, ou pelo menos significativa”.
Tendo o reflexo da globalização como base construtiva para uma educação inclusiva, dinâmica e instigante, esses processos de mudanças são notórios. O interesse tecnológico no ensino é uma forma de reconstruir sua metodologia, evoluindo os papeis de aprendizagem e os substituindo por uma nova postura, moderna e necessária.
Marcelo de Freitas destaca, como transformação visível, a utilização de novos materiais pedagógicos digitais. “Está ocorrendo uma mudança, mas ela é lenta, se comparado com a indústria de áudio e vídeo. Aos poucos o consumo de material impresso perde espaço para o digital e o mais importante é o surgimento de materiais abertos e gratuitos”.
Observar as modificações nas práticas de ensino é uma forma de interligar desejos e disseminar conhecimento de forma ampla e ilimitada, como a própria rede tecnológica propõe. E, com isso, compreender que os sistemas tradicionais não conseguem suprir os anseio que os alunos procuram em sala de aula.