Matéria publicada na edição 98| Maio 2014 – ver na edição online
Brincar se tornou algo tão sério quanto estudar. Antigamente era considerado apenas lazer das crianças, e muitos poderiam até considerar como tempo ocioso. Mas esta visão foi mudando de figura e percebeu-se a importância deste momento no desenvolvimento infantil. Brincando a criança interage com os colegas, melhoram sua capacidade emocional, incentiva seu poder de decisão, entre outros benefícios como explana Patrícia Prada, Coordenadora Pedagógica Nacional do SUPERA Ginástica para o cérebro:
A importância dos jogos no aprendizado
Com os avanços das pesquisas da neurociência, métodos que utilizam jogos ganham relevância para desenvolver habilidades cognitivas essenciais no processo de aprendizagem. Os jogos e as atividades lúdicas estão ganhando cada vez mais espaço na inovação das metodologias de ensino e aperfeiçoamento dos processos de aprendizado, principalmente quando o objetivo é o desenvolvimento global do aluno.
Além do aspecto cognitivo, as brincadeiras proporcionam oportunidades adequadas para o desenvolvimento humano na interação social, na expressão afetiva, na evolução da linguagem, na experimentação de possibilidades motoras, apropriação de regras sociais e imersão no universo cultural.
Na área da educação, inicialmente, os jogos eram considerados uma atividade essencialmente inútil, não séria. Mas com o avanço das pesquisas, sobretudo na área da neurociência, o jogo já é reconhecido como forma de observar a criança em toda sua autenticidade. A tendência, portanto, é que ele seja cada vez mais inserido nos métodos de ensino, desde o fundamental até a graduação.
Os jogos educativos tornam a aprendizagem significativa e dinâmica. Neste aspecto, entra a importância do mediador, do educador preparado para contemplar o estágio de desenvolvimento, do interesse e do prazer do aluno em realizar determinadas atividades e encarar desafios. Os jogos geram conflitos, provocando o raciocínio para a busca de soluções.
O brincar permite um jogo de imaginação no qual a criança desenvolve atenção e concentração, além de exprimir, com acessórios, o que sente, desenvolvendo o emocional. Proporciona o “aprender fazendo” (desenvolvimento intelectual)… O brincar também leva ao desenvolvimento da linguagem, por meio do contato com diferentes objetos e diferentes situações. O brincar ajuda ainda no desenvolvimento da sociabilidade, por meio do ganhar e perder, do compartilhar e do respeito às regras.
O reconhecimento da função dos jogos no aprendizado tem levado diversas escolas da rede pública e da rede privada a implantarem métodos de estimulação cognitiva, para desenvolver raciocínio, capacidade de resolução de problema e muitas outras habilidades cognitivas. Não existe dúvida com relação à importância dos investimentos em estrutura física, material didático e formação do professor. O que está se pensando agora é em investir na capacidade do aluno, para que ele faça melhor aproveitamento dos demais investimentos.
Desenvolver a capacidade do aluno é a desenvolver a capacidade cognitiva, emocional e social, preparando-o para o futuro. A revolução do ensino caminha na busca de um aluno com mais atenção, capacidade de concentração e velocidade de raciocínio, um aluno com facilidade de aprender e de se relacionar. – Por Patrícia Prada.
Ivani Magalhães atua como docente no Centro Universitário Ítalo Brasileiro – UniÍtalo, ministrando aulas no curso de Pedagogia comenta “Dentro da ideia de que o brincar é a linguagem fundamental da criança e meio por excelência dela conhecer (a si mesma, o mundo e a relação com o outro), sobretudo na Educação Infantil, não podemos pensar em processos de ensino-aprendizagem, desvinculados das situações de brincadeira. Deste modo, um ponto a ser considerado é que se garanta que a linguagem lúdica seja preservada e que a criança sinta prazer na atividade, para que desta forma o aprendizado ocorra naturalmente e seja a consequência de uma atividade significativa. Prevalece aquela ideia de aula com jeitão de brincadeira, em que a criança se envolve com as atividades e conteúdos, e nem percebe que está aprendendo”. Ela ainda diz que não só os brinquedos tem importância, muitas vezes, mais importantes que o objeto para brincar, são os parceiros durante a brincadeira e/ou a mediação do adulto que oferece ao ato de brincar, elevando o nível da brincadeira e ampliando as possibilidades de aprendizagem. E que ao escolher brinquedos, pedagógicos ou não, devemos levar em consideração critérios como a segurança (se possui partes pequenas e que se soltam, tintas tóxicas na sua composição, no caso dos de madeira, observar o acabamento, se apresentam pontas ou farpas etc.), qual a proposta do brinquedo, se apresenta desafios às crianças, se favorecem à interação, e, no caso de uso em escolas, onde o uso é coletivo, considerar também a durabilidade do produto.
Helen M. Gios Martimiano, Diretora de Produtos em empresa do ramo e Fonoaudióloga, esclarece que são inúmeros os brinquedos pedagógicos encontrados no mercado, mas podemos citar alguns brinquedos para as atividades: de coordenação Motora – os aramados; de psicomotricidade – as cordas, bambolês; de matemática – os ábacos e o material dourado; de português – os alfabetos móveis e ilustrados; os musicais até os brinquedos do faz de conta como casinhas de boneca, posto garagem que permitem a criança reproduzir o mundo adulto, uma vivência única e indispensável. Não podemos deixar de mencionar os brinquedos de época como pião, peteca que acabam não sendo lembrados nos dias de hoje e os brinquedos em braille e libras.
Por Leila Coronado
Saiba mais
Patrícia Prada – patricia.ped@metodosupera.com.br
Ivani Magalhães – ivani.magalhaes@yahoo.com.br
Helen M. Gios Martimiano – helen@wtbrinquedos.com.br
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