Matéria publicada na edição 96 | Março 2014 – ver na edição online
Antigamente as crianças brincavam nas ruas ou no quintal de casa, era uma prática muito comum e alguns de vocês devem ter vivenciado isso. Foi em 1889 que foi criada a primeira área ao ar livre destinada à recreação infantil, isso aconteceu em Boston (EUA) e logo depois essa idéia expandiu-se para outras cidades dos Estados Unidos e Canadá, até ganhar o mundo.
Grandes, pequenos, modulares, podem estar ao ar livre ou indoor, o fato é que nenhuma criança resiste à um playground. É bonito de ver, crianças soltas se divertindo com intensidade, afinal como são intensas. Mas se a diversão fica por conta da criançada, a responsabilidade é de nós, adultos. Na edição passada falamos sobre normas e especificações dos playgrounds e pudemos notar o quão importantes são as Normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas e não há como falar em segurança sem citar a ABNT. Agora veremos as opções que se pode encontrar no mercado, quais os tipos e modelos existentes e quais seus prós e contras.
Os playgrounds podem ser confeccionados em ferro, madeira ou plástico. Os modelos podem variar e é possível encontrar modulados, em diversos tamanhos de acordo com a faixa etária, escorregadores, casinhas, gangorras e mais uma lista de brinquedos projetados para playground, o ideal é verificar se são certificados pelo Inmetro e seguem as Normas estabelecidas pela ABNT.
Ferro ou aço
Resistentes possuem a desvantagem de aquecimento se expostos ao sol. Podem apresentar aquecimento excessivo colocando a criança em risco de queimadura. Não devem apresentar sinais de ferrugem.
Madeira
Confeccionados em madeira tratada, o tratamento é obtido por um processo industrial onde é utilizada a autoclave, cilindro de alta pressão, por onde a madeira passa e são fixados produtos químicos preservantes em ciclos de vácuo e pressão, esses agentes químicos penetram nas fibras da madeira aumentando a vida útil da madeira e agregando proteção contra fungos, insetos e limo. As madeiras devem ser adquiridas dentro do esquema PEFC – Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes, que é um programa de reflorestamento sustentável. Deve-se observar se o tratamento está dentro das Normas ABNT. O tratamento com CCA leva Arsênio em sua composição, que é um produto altamente agressivo ao meio ambiente, podendo causar doenças graves. Já o CCB é o tratamento ideal por proporcionar a proteção à madeira sem agredir o meio ambiente, nem colocar a saúde em risco. As superfícies devem ter acabamento liso, livre de lascas, rebarbas ou farpas.
Plástico
Fabricados em polietileno retomoldado, plástico atóxico, possuem a vantagem de serem leves e de fácil locomoção. Resistentes, coloridos e de fácil limpeza, possuem tratamento UV para resistir ao desbotamento provocado pelas ações do sol. Deve-se atestar a qualidade de resina aplicada, pois uma de má qualidade pode soltar farpas com as ações do tempo e devem atender aos requisitos de toxicidade e acabamento das Normas ABNT.
A Diretora pedagógica de colégio situado no Butantã, Ana Cristina Pomarico, diz que optaram pelos modelos de plástico por considerarem modernos, coloridos, higiênicos e menos perigosos além de serem de fácil manuseio e locomoção, podendo ser colocados em lugares diversificados. No Colégio as crianças contam com casinha, piscina de bolinhas, mesas e cadeiras, pula-pula e jogos educativos. Ela conta que a faixa etária também influenciou no momento da escolha. No Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida, as Orientadoras da Educação Infantil e Período Integral afirmam que o Colégio dispõe dos 3 tipos de Playground pois assim abrangem todas as idades. Elas contam que, para a realidade do colégio, os brinquedos de madeira e de metal são indicados para crianças de três anos em diante, pois possibilitam desafios variados que condizem com as habilidades conquistadas. Os de plástico são utilizados para crianças de até dois anos por possibilitarem mais segurança para esta faixa etária. Ao adquirir os brinquedos o colégio ainda observou a altura e comprimento para que fossem adequados às faixas etárias, observando também a presença de rede de proteção, dependendo do brinquedo; bom equilíbrio, como no caso do gira-gira de plástico, entre outros requisitos. E finalizam “Um ponto negativo em relação aos brinquedos de metal e plástico é que devem ser instalados em locais cobertos ou arborizados, pois esquentam demais quando expostos ao Sol. Já os brinquedos de madeira, não esquentam”.
Helen M. Gios Martímiano, fonoaudióloga e Diretora de produtos em empresa do ramo afirma que os brinquedos de plástico proporcionam melhor conforto e comodidade no entretenimento das crianças “A melhor opção são os brinquedos e playgrounds de plástico pois são seguros, não apresentam farpas e pontas; mais alegres e atraentes devido as cores; possuem design diferenciado em texturas; são temáticos; além de não precisarem de manutenção como pinturas, entre outros” diz ela. Helen conta que a maior demanda fica por conta dos plays temáticos com diversas atividades, pois entretém a criançada por mais tempo e estimulam a convivência social e o desenvolvimento global. Quanto à sua instalação, é recomendo por determinação do fabricante, que todos os produtos para área de playground e brinquedoteca, não sejam colocados em superfícies duras como pedras, concretos, entre outros, pois podem ocasionar lesões graves. O piso adequado é fator primordial de segurança e deve ser observado. E ela lembra que toda área de recreação deve conter avisos sobre a faixa etária para determinado uso, bem como data de fabricação.
Vale salientar que nenhum tipo ou modelo deve apresentar acumulo de água, nem farpas ou parafusos sem proteção. Ainda assim, é sempre recomendado que um adulto fique monitorando as crianças para evitar acidentes de qualquer natureza. É indicado contratar empresas especializadas para emitir Laudo de Segurança atestando que o Playground está cumprindo com seu papel de diversão sem risco. A manutenção deve ser feita regularmente de acordo com as Normas ABNT.
Curiosidades
Você já viu os playgrounds mais criativos do mundo?
As indústrias de brinquedos vêm investindo ano após ano para garantir a segurança das crianças sem deixar o visual de lado. É possível compor cenários com a variedade encontrada no mercado. Paredes de escalar, decks, pontes, balanços, castelos, escorregadores, verdadeiras aldeias de brincar. Existe uma empresa Dinamarquesa que é referência em criatividade de playgrounds. Monstrum faz playgrounds incríveis como monstros, labirintos, castelos deformados, cenários em 3D, entre outros.
Você sabia que Israel tem um abrigo antiaéreo onde instalaram um playground infantil?
Há cerca de 1,6 quilômetro da Faixa de Gaza, fica a cidade de Sderot, Israel. Ali foi construído o Centro Recreativo Coberto de Sderot e foram gastos o equivalente a cerca de R$ 10,4 milhões para sua realização. A área foi construída em um espaço onde funcionava um armazém têxtil e conta com muro de escalada, quadra de vôlei, campo de futebol, cinema e brinquedos, além de uma estrutura reforçada com 300 toneladas de aço. O local possui ainda uma área segura para casos de ataques com mísseis, onde pais e crianças podem se abrigar.
E o maior playground indoor de Orlando, sabe onde?
Pavilhão Dowdy, próximo da International Drive. Foi reaberto mês passado conta com o Galaxy Fun Orlando, o maior playground indoor da cidade. Antes funcionava uma pista de gelo no local, agora se tornou um espaço infantil com 3 parques gigantes onde pode-se encontrar labirintos, escorregadores, túneis, tubos, mais de 100 rampas e muitos outros brinquedos para a criançada.
Saiba mais
Ana Cristina Pomarico – Colégio Joana D’arc
Renata Moraes renata.moraes@acf.org.br
Cristiane Moura cristiane.moura@acf.org.br
Helen M. Gios Martímiano contato@wtbrinquedos.com.br