2 milhões fora da escola, evasão e atraso: os grandes desafios da educação no Brasil
Matéria publicada na edição 90 | Agosto 2013 – ver na edição online
Mais de dois milhões de brasileiros de quatro a 17 anos de idade ainda estão fora da escola, conforme os indicadores apresentados pelo movimento Todos Pela Educação no Anuário Brasileiro da Educação Básica 2013. Disponível para download no link http://www.todospelaeducacao.org. br//arquivos/biblioteca/anuario_educacao_ 2013, o estudo foi produzido em parceria com a Editora Moderna e oferece um painel relevante para que gestores públicos e privados possam planejar suas ações na área.
Em termos de segmento, a exclusão atinge uma maior parcela de jovens de 15 a 17 anos, num total de 1,6 milhão. Em seguida estão as crianças de 4 a 5 anos, um milhão delas ainda não matriculadas. A melhor situação é a da faixa etária de 6 a 14 anos, ainda assim com 539,7 mil brasileiros fora da escola.
Segundo Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação, a universalização representa ainda o grande desafio à educação básica no País, já que esses 8% de sua população excluída da rede educacional representam um contingente numérico muito superior à “quantidade de alunos em todo sistema escolar” de muitos países. De outro modo, a falta de qualidade também preocupa. A evasão e abandono chegam a 22,5% dos matriculados no Ensino Médio; o atraso (distorção série / idade) atinge 32,85% do total; e a do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), apesar de registrar evolução contínua entre 2005 e 2011, ainda é bem mais elevada na rede privada: média 6,5 contra 4,7 na pública (dados de 2011).
Em relação aos 65 países participantes do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), o Brasil ocupa os últimos lugares, superado, entre tantos outros, por Jordânia, Colômbia, Trinidad e Tobago, Uruguai, México e Chile. Entre as nações da América do Sul, o Brasil está melhor apenas que Argentina e Peru. O Anuário da Educação Básica apresenta análise desses indicadores, abordando ainda a presença da tecnologia nas escolas; os desafios do Ensino Médio e profissionalizante; da Educação Especial, indígena e também e da Educação Integral.