Edmodo: experiências e caminhos possíveis
Temos ocupado este espaço para falar um pouco sobre como funciona o Edmodo, rede social para educadores criada em 2007 nos Estados Unidos e que desde o ano passado vem ganhando corpo junto aos educadores e escolas de vários países. Abordamos, entre outros, como proceder à inclusão digital dos educadores, em um total de sete artigos publicados até o momento no sítio eletrônicohttp://www.direcionalescolas.com.br/rodrigo-abrantes.
Mas dificuldades práticas pululam no cotidiano do uso e apresentação das ferramentas da informática, da internet e, agora, dos chamados tablets e mobiles (celulares dotados de aplicativos e plataformas interativas) no ambiente escolar. A despeito da ampliação das possibilidades de dialogar outras experiências e educadores, cenário que tomou escala global nas duas últimas décadas, observa-se, na maioria das escolas, a repetição de modelos e estratégias de aulas. A responsabilidade por essa inércia é tanto da escola quanto da família, pois ambas encontram dificuldade em mostrar as próprias inseguranças diante do novo, em educar para um mundo que boa parte dos educadores e pais ainda não sabe qual é, pois, em sua juventude, havia um script de vida muito mais estável, linear, com profissões tradicionais e processos de carreira com começo, meio e fim.
Mediante este quadro, gostaríamos de apresentar aqui a iniciativa de uma escola privada de São Paulo, que está buscando na inovação tecnológica uma possibilidade para tornar a sua prática consequente aos desafios de nosso tempo. Nesse sentido, iremos relatar três experiências de uso da rede social Edmodo entre os professores dessa instituição. A fim de que possamos avaliar o impacto primeiro da iniciativa, é importante considerarmos a dimensão da escola. Trata-se de uma instituição frequentada por 700 alunos (da Educação Infantil ao Ensino Médio), e que apresenta um quadro de 60 professores. Inicialmente, o Edmodo foi disponibilizado de modo informal, ou seja, não houve obrigatoriedade quanto ao uso da rede. Nessas condições, desse grupo de professores, 26 se cadastraram no Edmodo, mas apenas nove foram ativos. Isso não significa, entretanto, que os nove tenham sido atuantes: boa parte simplesmente passou a utilizar esse ambiente de rede social educacional para reproduzir conteúdo. Concretamente, apenas três encontraram caminhos para interagir com os alunos. Além disso, verificamos que um único professor realizou networking nas comunidades da rede, buscando novas abordagens para sua disciplina. Vale destacar, para os fins dessa demonstração, que as experiências a seguir ocorreram antes que a escola começasse a realizar treinamentos formais com os professores. Portanto, elas refletem o uso intuitivo e a iniciativa individual de cada professor, baseada em seu conhecimento prévio de tecnologia.
Feitas essas pontuações, vamos então às atividades que os três professores mais atuantes criaram a partir do Edmodo para que possamos refletir sobre as diferentes reações diante dessa ferramenta. Essas experiências estarão relatadas nos links que seguem abaixo.
Por Rodrigo Abrantes e Rosali Figueiredo*
*Rodrigo Abrantes da Silva é historiador e professor. Especializou-se em História Contemporânea pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e atuou como pesquisador do Projeto Análise e do Núcleo de Pesquisas de Psicanálise e Educação (NUPPE) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Edita ainda o blog www.aulaplugada.com.
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Rosali Figueiredo é jornalista, mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e faz especialização em Gestão de Mídias Digitais (Senac/SP).
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