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Guia para Gestores de Escolas

Dicas — Economia de Energia

Matéria publicada na edição 57 | Abril 2010 – ver na edição online

Soluções simples e equipamentos adequados fazem a diferença.

Aos 106 anos de vida, um dos mais tradicionais estabelecimentos de ensino de São Paulo, o Colégio Elvira Brandão, resolveu modernizar suas instalações, que têm 36 anos de vida. Está também ampliando a infraestrutura com novas salas, laboratórios, quadras, estacionamento e auditório. E aproveitou a oportunidade para reduzir o consumo de energia elétrica. Localizado na Chácara Santo Antônio, zona Sul de São Paulo, o colégio levará ainda três anos até a conclusão de todo o projeto, mas começará logo a colher os frutos de algumas soluções adotadas nesta área. “Estamos refazendo toda a instalação elétrica e hidráulica”, revela Fernando Caiuby, diretor administrativo e de marketing, neto dos fundadores da instituição.

Fernando destaca que além da utilização de novos materiais na rede elétrica, adotou procedimentos e soluções que resultarão em economia de energia. “As luminárias instaladas nas salas de aula são de um tipo que refletem muito bem a luz. As lâmpadas são acesas por fileiras e o projeto arquitetônico contempla a iluminação natural. O teto foi pintado de branco e as paredes em tonalidade creme, contribuindo para refletir mais a luz”, descreve. “A telha é termoacústica e os monitores da sala de informática são em LCD, não aquecem tanto o ambiente e exigem menos do ar condicionado.”

Para o engenheiro eletricista Airton Dudzevich, empresário da área de projetos ambientais, há uma série de soluções triviais e baratas que as escolas podem adotar para reduzir o consumo de energia e o tamanho da conta mensal. Um dos pontos centrais é a iluminação, destaca Airton, lembrando que a primeira grande objeção a ser feita é contra salas de aula escuras (do ponto de vista arquitetônico). Se há algum nível de iluminação natural, pode-se então adotar procedimentos básicos, como: utilizar sensores de presença acoplados a sensores de luz natural para que as lâmpadas permaneçam acesas somente quando necessário; dotar as salas com circuitos elétricos independentes, de forma que haja vários interruptores (nem sempre é necessário acender todas elas); utilizar modelos de luminárias que tenham capacidade de refletir a luz para baixo; optar pelos modelos fluorescentes mais finos, pois potencializam a reflexão da luz; escolher reatores de qualidade, “com alto fator de potência, porque melhoram o aproveitamento da energia elétrica”; e, quando possível, adotar as lâmpadas tipo LED.

Esta versão, observa o engenheiro, apresenta vida útil superior às demais lâmpadas do mercado, mas garantem também a economia porque não geram calor. “Elas são um dispositivo eletrônico que emite luz, por isso evitam o aquecimento do ambiente, diminuem a demanda por refrigeração e levam à redução do consumo.” Quanto ao projeto arquitetônico ideal das salas de aula, Airton comenta que não há segredo: elas devem ser o mais clara possível, de preferência tetos e paredes brancas. “O branco potencializa a luz sobre o plano de trabalho, melhora a qualidade de iluminação.” “Neste cálculo, considera-se até que o piso deveria ser branco, mas não dá para exigir isso das escolas”, comenta Airton.

No quesito refrigeração, um dos vilões do consumo de energia, o engenheiro recomenda substituir os aparelhos de ar condicionado por um climatizador evaporativo, que consome apenas 10% da energia exigida pelo primeiro e realiza o resfriamento do ar pela evaporação da água. “É uma tecnologia já antiga, mas de uso recente, capaz de manter o ambiente entre 20º  e 22ºC”, afirma.

(R.F.)

Saiba Mais:

Airton Dudzevich
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