Escolas já devem se planejar financeiramente para 2015
Muito temos debatido sobre a importância da implantação da educação financeira nas salas de aula e os impactos para os alunos, as famílias e também escolas que, com isso, criam um diferencial muito grande de qualidade. Todavia, com a proximidade do fim do ano, acho que seja imprescindível falar da importância das escolas se planejarem financeiramente para 2015.
Isso, principalmente, com o atual cenário econômico, no qual, dentre as preocupações das instituições de ensino, uma que se destaca é a inadimplência. Com vista nisso, uma adequada gestão financeira é fundamental para uma escola ter sustentabilidade sem que deixe de fazer investimos que a possibilite crescer e poder fazer investimento.
Na educação, assim como em outras atividades, acaba aplicando-se os conceitos básicos de como gerir as finanças, contas a pagar e receber, fluxo de caixa, etc. Por isso, é imprescindível a implantação de sistemas de gestão especializados em educação. Isto porque, na educação, existem particularidades que requerem muito controle.
Quando o assunto é dinheiro, a atenção sempre deve ser redobrada. Para que uma escola tenha tranquilidade em desenvolver seus projetos, é preciso ter, acima de tudo, capital de giro, ou seja, dinheiro guardado, que possa garantir a continuidade das atividades, as possíveis inadimplências, a rematrícula, entre outras situações, muitas vezes, emergenciais. Em minha visão, esses são pontos sensíveis dos quais não se pode descuidar.
O principal erro das escolas é a falta de planejamento estratégico. Toda escola precisa saber o quanto quer ter de alunos, faturamento e, principalmente, rentabilidade. Portanto, todos os custos e despesas devem ser rigorosamente policiados e nada melhor do que ter um sistema de gestão financeira que possa ser alimentado e, dele, obter relatórios para tomada de decisão.
Fora isso, o primeiro passo é fazer um planejamento financeiro para o ano que vem. E, para isso, se deve reunir os dirigentes para analisar os últimos resultados obtidos. É preciso que o histórico financeiro e os resultados sejam apresentados e comparados. Deve-se ainda colocar na mesa as expectativas dos sócios quanto aos resultados, faturamento, quantidades de alunos, rentabilidades, etc. Também chamo a atenção para que as ações que serão implementadas sejam acompanhadas mensalmente.
Por fim, para ser empreendedor escolar, é preciso estar preparado para gerir a instituição. Este tem sido o grande desafio de milhares de empreendedores educacionais. Isso porque, geralmente, gestor escolar tem procedência educacional, mas, quando passa a administrar uma instituição de ensino, precisa desenvolver também outras atividades, como ser um bom técnico, um bom vendedor e um ótimo empreendedor, e é aí que está o ponto chave. É necessário que esse professor se qualifique, levando em conta diversos outros fatores, como área comercial, finanças, contabilidade, marketing e muitas outras.
Como mostram as pesquisas, grande parte dos negócios abertos acaba fechando nos primeiros dois anos, por isso, quando o assunto é empreender, é preciso se capacitar e, para tanto, recomendo dois cursos que certamente ajudarão nessa formação: Empretec, do Sebrae, e o Curso de Educação Financeira para Empreendedores. O primeiro dará embasamento completo de como estruturar, administrar e gerir o negócio; o segundo, de cuidar dos recursos empresariais e pessoal/familiar.
Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP de Educação Financeira e da Editora DSOP, autor dos livros Terapia Financeira e Papo Empreendedor, ambos pela Editora DSOP.