Aprendizagem: qual a melhor metodologia?
*Por Marcélio José Ribeiro
Profissionais com perfil de trabalho em equipe têm sido um dos principais requisitos exigidos no mercado. Além desta condição, aqueles que mostram disposição, facilidade em seguir uma hierarquia e se preparar para novos desafios são os que mais se destacam nos processos seletivos. Mas, como trabalhar esses indicativos em sala de aula?
É quase unanimidade a percepção de que a escola colabora pouco para a formação técnica e profissional das pessoas em suas profissões. Por outro lado, não é unanimidade o que deve ser feito no ensino para suprir essa lacuna.
Uma forma simples de incentivar e analisar essas atitudes nos estudantes é aplicar constantemente trabalhos em grupo e debates sobre diferentes temas, sempre simulando situações corriqueiras que acontecem no âmbito profissional. Como mediador entre o estudante e o mundo corporativo, o professor precisa estimular seus alunos, identificando erros e apontando melhorias para que não só o conteúdo aplicado seja assimilado, mas para que o aluno saia da universidade preparado para atuar no mercado de trabalho, não só na teoria, mas também na prática.
Por exemplo, em uma Era na qual as pessoas assistem televisão ao mesmo tempo em que acessam a internet pelo smartphone, ou que almoçam e continuam um jogo pelo computador, não podemos exigir atenção exclusiva para uma explicação em sala de aula. Os estudantes multifuncionais já são maioria, por isso as escolas e universidades precisam aplicar disciplinas cada vez com mais dinâmicas. Claro! Tudo sempre pensando nos resultados que a metodologia irá agregar ao aprendizado e não apenas ao ensino.
Tablets, retroprojetores, entre outros, podem ser diferenciais em aula, mas precisamos saber se essas inovações estão sendo eficazes no que diz respeito ao aprendizado e não apenas gerando distrações na aula. O Ensino deve estar focado na aprendizagem dos alunos. Não faz sentido pensar em metodologias, técnicas e tecnologia educacional se isso não promover a tal aprendizagem.
Os cursos técnicos têm ganhado destaque e estão crescendo e conquistando relevância no mercado, tanto de ensino quanto de trabalho. Atualmente, esse modelo de ensino tem duração reduzida, de no máximo dois anos.Como esses cursos abrem mão da quantidade de conteúdo para privilegiar o que o mercado exige, a metodologia é fundamental e precisa ser prática e eficiente.
O objetivo dessa modalidade é formar profissionais capacitados para as operações do dia a dia, ou seja, da prática do setor no qual estão inseridos. Pensando dessa forma, fica claro que em um curso de menor duração, o ensino prático vai se sobrepor à teoria.
Em relação ao ensino tecnológico, que são cursos de operacionalizações, a teoria será complementar e não exclusiva. O aluno que sentir necessidade de buscar a base teórica para o que está aprendendo na prática, vai ter que se empenhar e ir em busca da informação.
Entendo que o ensino somente contribui para a formação profissional, se o mesmo promover a aprendizagem. Ora, só aprendemos se sabemos fazer. Se eu sei (teoria), mas não sei fazer (prática), fica corroborada a primeira proposição a respeito da falta de efetividade do ensino na formação técnica e profissional das pessoas.
É importante ressaltar que não existe uma receita de bolo a ser seguida. As metodologias ativas partem do pressuposto de que o aluno é o protagonista do seu conhecimento. Assim, compreendemos que todas as estratégias em sala de aula, que promovam a participação ativa dos estudantes na solução das situações e problemas que lhe são propostos, serão bem-vindas.
Em síntese, acredito que melhorar o processo e, ainda, aproximar a aprendizagem e o ensino da realidade do mercado de trabalho por meio de metodologias e didáticas mais dinâmicas e produtivas, são alternativas que podem preparar ainda mais os alunos para atuarem no mercado de trabalho.
E isso, realmente é a função do professor. E não apenas aplicar conteúdos e avaliações sem se preocupar com o amanhã do seu grupo. Ser professor é muito mais que isso. É pensar em cada estratégia, cada detalhe e dar o melhor de si. Já dizia Cora Coralina: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
*Marcelio José Ribeiro é coordenador do curso de Administração e dos Núcleos de estudos e pesquisas da Faculdade Cantareira