Quem nunca pensou em jogar tudo pro o alto que atire a primeira pedra!
Por Fernanda King

Meu amigo, minha amiga, se você é empresário/empresária no Brasil, certamente já está entre os mais corajosos da sociedade. Quem é da área da educação então… nem se fala! Eu costumo dizer que, para empreender no Brasil, não basta ter coragem: tem que ter “um quê de loucura” também! E trabalhar no ramo educacional é para bem poucos hoje.
No entanto, parece que algo nos chama para esta missão. De “alguém tem que fazer” a “nasci pra isso”, a gente escuta de tudo como resposta quando a pergunta é: “Por que você resolveu abrir uma escola?” – é sobre isso que orgulhosamente falarei na próxima Bett Brasil, dia 28/04, às 13h. E este ano, justamente quando minha escola completa 10 anos de existência, minha história foi selecionada como uma história inspiradora na área da educação. Que honra palestrar sobre este assunto na Bett, não é mesmo?
Para a gente não deixar a peteca cair, temos que lembrar que não somos apenas donos de escola, somos verdadeiros agentes de transformação. Temos o poder de mudar vidas, de inspirar sonhos e de criar um futuro melhor para as gerações que estão por vir. Parece clichê, mas é muito real! E a gente não pode esquecer disso nem um dia sequer – porque em vários momentos o cansaço bate forte. Muito forte!
Muito se fala do “apagão de professores” – mas, além deles, coordenadores e demais líderes educacionais também estão exaustos e se sentem muito pressionados diariamente. E para quem não sabe, apagão de professores é um fenômeno que tem sido observado em muitos países, incluindo o Brasil. Ele se refere à falta de professores qualificados e experientes em determinadas áreas do conhecimento, especialmente em matemática, ciências e línguas.
Algumas possíveis causas são a falta de atratividade da carreira docente – a profissão de professor não é vista como uma carreira atraente para muitos jovens; envelhecimento da população docente; falta de formação e qualificação e condições de trabalho desafiadoras – muitas escolas enfrentam condições de trabalho difíceis, como falta de recursos, infraestrutura inadequada e altos níveis de violência.
Para resolver ou tentar amenizar o apagão de educadores, é necessário um esforço conjunto entre governos, instituições de ensino e sociedade civil. Elenquei algumas soluções possíveis, que cabem aos gestores de escolas particulares:
1 – Melhorar as condições de trabalho e os salários dos professores: isso pode incluir aumentos salariais, melhorias nas condições de trabalho e benefícios – hoje existem programas de benefícios bastante interessantes e acessíveis;
2 – Oferecer formação e qualificação para os educadores: ofertar cursos de formação contínua, programas de mestrado e doutorado, e outras oportunidades de desenvolvimento profissional, não esquecendo que os líderes também precisam se atualizar constantemente;
3 – Promover a valorização da profissão docente: criar campanhas de conscientização, eventos de reconhecimento e outras estratégias para promover a valorização da profissão.
Precisamos nos lembrar de que a escola é mais do que um lugar de ensino: é um espaço de crescimento, de descoberta e de conexão. É um lugar onde as crianças podem se sentir seguras, apoiadas e estimuladas a serem o melhor que podem ser. Hoje em dia, arrisco-me a dizer que é o único lugar onde a diversidade realmente existe e as pessoas são obrigadas a conviver e a respeitar diferentes opiniões, crenças, valores.
Em um mundo tão polarizado e dividido, vivemos em nossas belas bolhas, cercados apenas de pessoas que pensam de forma muito parecida, de uma classe social semelhante, mesma linguagem, mesma cultura. Até a internet nos segrega desta maneira e nos entrega sempre mais do mesmo. Às vezes, só quando viajamos nos lembramos de que o mundo é MUITO grande. E o nosso país também. Percebi isso muito claramente em minha última viagem à Amazônia, onde palestrei para 2.000 educadores. Muitos deles são trabalhadores de áreas de acesso dificílimo – haja amor pela profissão!
Por isso, temos que ter na escola um ambiente que cultive o respeito e que promova contato com diferentes culturas e formas de pensar. Só assim para a gente furar a tal da bolha e se colocar um pouco no lugar do outro. Conhecem algo mais gratificante do que promover isso diariamente?
Afinal, nossas equipes trabalham incansavelmente para criar um ambiente de aprendizado rico, dinâmico e inclusivo. Somos os arquitetos de um futuro brilhante, construindo uma base sólida para que as crianças possam alcançar seus objetivos e realizar seus sonhos.
Não subestime o impacto que você tem na vida dos alunos e das famílias que você atende. Você é um líder, um mentor e um modelo a ser seguido. Sua paixão, sua dedicação e sua visão são a inspiração de que as crianças precisam para que o mundo possa ser um lugar melhor. Continue a fazer o que você faz tão bem: inspirar, educar e transformar vidas. Você está fazendo a diferença, e isso é algo para se orgulhar.
Espero que este texto ajude a motivar todos os profissionais da educação a seguirem em frente! Precisamos de cada vez mais e melhores pessoas nesta área tão importante e nobre que escolhemos para a vida. E eu quero poder levar esta mensagem de esperança e INSPIRAR quem for me assistir na próxima Bett Brasil. Até lá!