Alunos de Vila Mariana ajudam colegas de Heliópolis para ingresso no ETEC
Programa de Inclusão Digital se adapta para atender necessidades de concurso técnico
Há 15 anos, jovens do 9º ano da EMEF Pres. Campos Salles, localizada no bairro de Heliópolis, semanalmente, cruzam a cidade para ter aulas de reforço escolar com colegas da mesma idade do Colégio I.L. Peretz, em Vila Mariana.
Essa foi a proposta inicial do Projeto de Inclusão Digital, desenvolvido por alunos do 9º ano do Colégio I.L. Peretz e seus professores (todos eles voluntários) para atender ao longo desse tempo, os estudantes do 8º e 9º ano da comunidade de Heliópolis, que se candidatavam a participar de aulas de Inglês e Português, utilizando a Informática como instrumento para a aprendizagem. No entanto, analisando o desempenho que essa turma teve no exame para a Escola Técnica Estadual, onde muitos deles prestam concurso para ingressar em um curso profissionalizante e, assim aumentarem suas oportunidades para um trabalho, viram que algo no sentido de aprimorar sua preparação precisava ser feito. O Peretz solidário à essa necessidade propôs reformular seu curso adequando-o aos anseios dos jovens e seus familiares.
Desse modo, um corpo de professores voluntários do Peretz, liderados por Maria Elisa Almeida, coordenadora da área de Educação, e que é contato entre as instituições de Ensino, e Jorge Makssoudian, diretor do 9º ano do Fundamental II e Ensino Médio, buscaram moldar um currículo que atendesse as exigências da prova do ETEC.
O ensino das disciplinas é conduzido por um professor especialista, que coordena uma turma de alunos voluntários do Peretz, da mesma faixa etária dos jovens do Campos Salles. “O diálogo e a troca de experiências tornam essa aprendizagem mais rica, pois ultrapassa a fronteira dos conhecimentos”, afirma o Jorge Makssoudian, responsável também pelo curso de Língua Portuguesa.
Maria Helena Muniz, assistente de direção do Campos Salles, que acompanha o programa desde seu início, afirma que o trabalho feito pelo Peretz é muito primoroso, pois explora vários conceitos. “Nossos meninos conhecem uma outra realidade social e geográfica e adquirem uma importante experiência de locomoção urbana, já que os acompanhamos nas primeiras saídas para depois fazerem sozinhos o trajeto de ida e volta, o que também implica em uma responsabilidade maior”. E acrescenta: “Essa mudança que o Peretz se propôs a fazer em seu modelo de trabalho, atendendo às necessidades de nossos alunos, certamente, trará muitos e valiosos resultados!”
Vale ressaltar que esse é um trabalho pioneiro junto à comunidade de Heliópolis e é o único que acontece fora dos “muros” da mesma, sendo também um dos mais longevos.