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Guia para Gestores de Escolas

Ambiente escolar influencia aprendizagem docente e discente

Um ambiente provido de valorização do conhecimento desenvolve esse valor naturalmente nas pessoas.

O conhecimento do aluno, o desenvolvimento de sua capacidade, o uso de suas habilidades dependem de um ambiente que favoreça a aprendizagem e do desempenho do professor, que deverá proporcionar um “conjunto de ferramentas” culturais, a fim de  favorecer o progresso mental.

Os educandos desenvolvem-se enquanto aprendem. A escola, por sua vez, como instituição, organiza-se para garantir a aprendizagem de todos, comprometendo-se com ela e preservando-a, construindo um novo vínculo pedagógico, resgatando o sentido do estudo, mediante uma proposta pedagógica significativa e participativa. A escola é um meio de vida social tão rico quanto a maioria dos ambientes profissionais. Sua função de socialização vai muito além da aquisição de uma cultura geral e seus efeitos sobre o comportamento refletem-se mais nos sentimentos e na percepção sensorial do que nos processos racionais proporcionados em ambientes controlados, como a sala de aula.

De acordo com Fullan e Hargreaves, nas escolas em movimento – enriquecidas, em termos de aprendizagem –, predomina o trabalho em conjunto, compartilhado. Para os autores, a ajuda recíproca faz parte de aperfeiçoamento contínuo e o avanço no processo de aprendizagem somente acontecerá a partir de mudanças significativas no ambiente escolar. Para alcançar essas mudanças, é preciso:

  1. Valorizar a escola como ambiente de aprendizagem docente que permita trocas efetivas entre todos os elementos, ou seja, deve favorecer a comunicação, redimensionando as relações dinâmicas entre professor-aluno, aluno-aluno e professor-professor. Nesse ambiente de aprendizagem, professores colaborativos realizam práticas pedagógicas que proporcionam o desenvolvimento integrado dos conteúdos e, consequentemente, o ensino significativo para o aluno.
  2. Orientar a prática docente a favor de um ensino reflexivo, observando o ambiente de aprendizagem.
  3. Despertar a consciência do professor como sendo elemento importante na mediação da aprendizagem, no papel de informador, facilitador e aprendiz nas discussões com os alunos, além de responsável pelas buscas de materiais culturais para o enriquecimento do ambiente de aprendizagem, de pesquisador constante e de organizador dos conteúdos e das atividades curriculares socialmente relevantes.
  4. Criar uma prática educacional que leve à interdisciplinaridade, vista em seus diferentes ângulos: desenvolvimento de uma atitude interdisciplinar na construção do conhecimento, trabalho coletivo, construção do conhecimento pelo diálogo.

O professor deve ter consciência do que pretende (objetivos claros) e refletir constantemente sobre as conquistas e dificuldades de seus alunos, para, assim, melhor intervir, ajudando-os a progredir em seu aprendizado.

A valorização do conhecimento e do trabalho docente pode elevar a educação a um status prioritário na pauta do País. Com base na pesquisa encomendada pela fabricante de sistemas de aprendizado Pearson à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), divulgada em agosto passado, conclui-se que o avanço no ensino deve ter caráter de emergência, se não quisermos nos deparar com resultados como os expostos pelo estudo, que colocam o Brasil em “penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países, levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores”.

Por Suely Nercessian Corradini*

 
SUELY-NERCESSIAN-CORRADINI
Suely Nercessian Corradini é diretora pedagógica do Colégio Vital Brazil, na zona Oeste de São Paulo. Possui graduação em Letras e em Pedagogia, mestrado em Educação, Arte e História da Cultura e doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, com o tema “Indicadores de qualidade em educação: um estudo a partir do PISA e da TALIS”.

Mais informações: www.vitalbrazilsp.com.br

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