Consciência sintática e a compreensão de textos
As dificuldades de compreensão da leitura nos anos iniciais são evidenciadas pelas diversas avaliações oficiais.
Algumas pesquisas até o momento sugerem que o desenvolvimento da consciência sintática traz benefícios para a compreensão leitora e para a escrita.
Ela refere-se à habilidade de refletir e manipular mentalmente a estrutura gramatical das sentenças e se caracteriza pela reflexão dos elementos linguísticos que constituem a estrutura da frase.
As primeiras evidências de um comportamento tipicamente metassintático na criança podem ser percebidas por volta dos seis anos de idade (é quando ela demonstra ser capaz de corrigir frases agramaticais).
É sabido também que existe uma correlação positiva entre o desempenho em consciência sintática e a posterior performance na leitura de palavras com dificuldades ortográficas, isto é, que não podem ser lidas corretamente com o uso exclusivo da decodificação.
Outro aspecto relevante para a leitura e a escrita consiste na importância do uso das pistas gramaticais para a compreensão de frases e textos.
O desenvolvimento da habilidade sintática possibilita a percepção posterior do significado dos textos por meio da forma pela qual os elementos linguísticos são articulados entre si.
Se essa habilidade já está bem desenvolvida, portanto, aos seis anos de idade, mesmo sem a criança saber ler ou escrever, é preciso estimulá-la sempre para garantir um caminho seguro no processo de alfabetização e posterior compreensão leitora, que farão parte do seu aprendizado nas séries iniciais e seguintes
Alguns autores sugerem a realização de atividades pedagógicas que estimulem os alunos a monitorar a coerência sintático-semântica de enunciados orais, a fim de desenvolver essa habilidade para ser usada por ocasião da leitura de textos escritos. O trabalho pode estimular a reflexão sobre os elementos da estrutura frasal.
A compreensão leitora se realiza a partir de processos cognitivos múltiplos com base na interação entre conhecimentos linguísticos, textuais e de mundo, deste modo a consciência sintática deve ser foco do professor no trabalho em sala de aula.
Regiane A. Crippa , Fonoaudióloga da Clia Psicologia, Saúde & Educação
graduada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM) no ano de 1999, com Aprimoramento Profissional pelo Hospital do Servidor Público Estadual e Especialização em Aprendizagem pela Faculdade de Medicina do ABC.
Atuação em ações de promoção da saúde, prevenção, avaliação, diagnóstico, tratamento e orientação de aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na linguagem oral e escrita, na articulação da fala, na voz, na fluência e no sistema miofuncional orofacial.
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