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Guia para Gestores de Escolas

Cultura e educação acessível são Direitos de TODOS!

Por Ciça Cordeiro

Não é de hoje que o setor cultural do Brasil está em crise. A pandemia e o confinamento em casa trouxeram à tona uma discussão importante. Como aquecer o setor cultural e como fazer para que todos tenham acesso à cultura e à educação estando em suas casas?

Numa época de restrição da população em geral, inclusive das pessoas com deficiência, que são as mais vulneráveis, todos sentiram na pele o que muitos sentem a vida toda confinados em suas casas, em seus grupos de reabilitação e de cuidado. Descobriu-se que a acessibilidade ou a falta dela, foi na verdade, por muito tempo, uma escolha. O mundo pode sim ser acessível!

A crise mundial e o isolamento social mostraram que a falta de acessibilidade está relacionada às barreiras atitudinais, afinal, a acessibilização de serviços, conteúdos e informações, não são apenas de interesse de pessoas com deficiência, mas beneficiam qualquer pessoa.

Os direitos culturais estão ligados a valorização da diversidade cultural. Hoje as pessoas com deficiência não ocupam apenas lugares nas plateias, mas também estão nos palcos expressando suas emoções, suas lutas, seus ideais, fazendo-se entender através da arte, para uma população que não imagina e que desconhece suas habilidades. É na acessibilização das artes que a gente começa a ver o outro. A cultura proporciona que o outro seja visto!

Do mesmo modo podemos ver a educação. A crise na saúde levou alunos e professores a se conectarem virtualmente. Quem duvidava do ensino a distância, pode ver como é possível se adaptar. O mesmo acontece com o home office.

A tecnologia é a ferramenta fundamental para socializar, trabalhar, pedir comida, estudar, fazer compras, consultar um médico, entre tantas outras atividades. Mesmo assim, ainda há barreiras, principalmente para aqueles que precisam de acessibilidade digital e de tecnologia assistiva.

A acessibilidade deve estar no lazer, no trabalho e na educação, possibilitando que, qualquer pessoa, com ou sem deficiência, acesse um lugar, um serviço, um produto ou uma informação de maneira segura e autônoma. Eu incluiria a acessibilidade como décimo oitavo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, em toda sua amplitude, seja arquitetônica, digital, comunicacional, cultural, atitudinal, e outras mais.

As tecnologias assistivas constituem uma ferramenta fundamental para assegurar esse acesso, a igualdade de oportunidades e a participação integral em todos os aspectos da vida, são ingredientes essenciais para uma sociedade que valoriza o senso de pertencimento.

Muitas são as causas do desequilíbrio entre as necessidades e o acesso às tecnologias apropriadas: falta de informação, recursos, sistemas de saúde, serviços sociais, sistemas de educação bem desenvolvidos, prioridades políticas e a atenção aos direitos humanos fundamentais.

Precisamos de um esforço conjunto de todas as partes interessadas, criando oportunidades iguais. Com a união de organizações internacionais, governos, empresas privadas, ONGs, indústrias, sistemas de educação, investidores, professores e todos os cidadãos, será possível adotar soluções para eliminar todas as barreiras. Pensar em acessibilidade é um dever de todos nós! É a consolidação da democracia, afinal, isso prova a plena cidadania, e que estamos no caminho do desenvolvimento.

Ciça Cordeiro é jornalista (MTB 32.403), especialista em cultura inclusiva, comunicação e eventos acessíveis. É Relações Institucionais e Comunicação na Mais Autonomia Tecnologias Assistivas [email protected] www.maisautonomia.com.br

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