fbpx
Guia para Gestores de Escolas

Dica — Controle de Pragas

Matéria publicada na edição 51 | Setembro 2009 –ver na edição online

Dias quentes pedem cuidados redobrados.

Por Rosali Figueiredo

A chegada da primavera, seguida do verão, estação que alterna dias quentes com os chuvosos, deve colocar as escolas mais alertas para o controle de pragas, especialmente pombos, baratas, ratos, pulgas, cupins e aranhas, as espécies mais encontradas nas edificações em São Paulo, afirma a bióloga Eliana Fernandes Pavani Werneck. De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura paulistana, muitos desses animais são classificados como sinantrópicos, que incluem ainda mosquitos, carrapatos, escorpiões, formigas, lacraias (ou centopéia), morcegos, moscas, taturanas e vespas. Adaptados ao convívio humano, a maior parte transmite doenças causadas por vírus, fungos e bactérias.

A melhor forma de lidar com o problema é a prevenção, recomenda o Centro, mas serviços constantes de erradicação tornam-se inevitáveis, observa a bióloga Eliana. Segundo ela, no calor muitos deles se tornam mais numerosos, como os cupins, em época de reprodução. Na chuva, com o excesso de água nas galerias, acabam invadindo a superfície, caso das ratazanas. Durante os meses do inverno, a bióloga diz ter encontrado muitos pombos em vistorias realizadas em escolas. “Como são protegidos por lei, a saída é afugentá-los, através de gel repelente não tóxico, de telas de fechamento de janelas e vãos, além de espículas, fios de aço pontiagudos que impedem seu pouso nos beirais”, relata. No entanto, a limpeza constante dos pátios é o que vai assegurar que os pombos e demais animais sejam afastados ou não se reproduzam. “É preciso limpar o máximo possível as migalhas e restos de lanches consumidos na hora do recreio”, diz.

As Escolas Positivo adotam como procedimento, por exemplo, medidas preventivas como “a separação e a correta disposição do lixo, a higienização dos ambientes e o cuidado com objetos que podem gerar acúmulo de água”, afirma o professor Carlos Dorlass, diretor geral da instituição. Dedetizações e desratizações são aplicadas a cada semestre, no período das férias escolares. No Colégio Itatiaia, que possui unidades na região do Paraíso e da Aclimação, em São Paulo, refeitórios, cozinhas e pátios são limpos várias vezes ao dia, segundo a diretora Maria Carolina Lavieri. “Nossos cuidados são contínuos com uma limpeza profunda e monitoramos os locais submetidos às medidas preventivas”, prossegue. O colégio também utiliza serviços de dedetização a cada seis meses, “com uma empresa terceirizada e regularmente registrada”, que aplica “produtos que não fiquem ao alcance das crianças e que também não as agridam”.

Para a bióloga Eliana Werneck, a escolha do prestador de serviços requer “muito cuidado”, para que adote os procedimentos corretos e evite riscos aos alunos, especialmente com as iscas utilizadas no combate aos ratos.  A erradicação de baratas e formigas pode ser feita com produtos não tóxicos, explica a bióloga. Já a utilização de pulverizadores requer o afastamento das pessoas  do ambiente dedetizado por um período mínimo de 12 horas. Há animais, entretanto, que requerem principalmente medidas preventivas de combate, como  Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Neste caso, o Colégio Itatiaia evita “água acumulada em vasos e recipientes, mantém a caixa d’ água tampada e promove sua limpeza a cada seis meses”. “Não mantemos objetos que possam acumular água”, observa a diretora Maria Carolina.

Os animais sinantrópicos são transmissores ainda de doenças como a leptospirose (ratos), a dermatite, meningite e histoplasmose (pombos), além de diarréias provocadas pela salmonela, bactéria que tem entre seus vetores baratas e formigas, além de outras formas de contaminação, como o consumo de alimentos deteriorados. No caso do pombo, a inalação da poeira produzida pelas suas fezes secas pode contaminar os indivíduos por fungos ou bactéria. Já o prejuízo maior causado pelos cupins é o financeiro, observa a bióloga Eliana, porque atacam as madeiras e o solo.

Receba nossas matérias no seu e-mail


    Relacionados