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Guia para Gestores de Escolas

Diferenças econômicas nas escolas devem ser tratadas com cuidado

Matéria publicada na edição 107 | Abril de 2015- ver na edição online

O ambiente escolar, embora seja um espaço social, não está imune a disputas normais de uma sociedade. A forma que ela assume em cada momento é sempre o resultado precário e provisório de um movimento permanente de transformações em que as tensões e conflitos sociais se refletem.

Estudantes de classes sociais diferentes, consumindo e expondo produtos da moda, enquanto outros não podem ter, acabam influenciando nas relações das crianças e jovens, levando a alguns conflitos. Eles estão formando sua personalidade e caráter, por isso, é papel de todos nós mostrarmos – família e escola – que dinheiro não pode e não deve ser um objeto de diferenciação entre eles.

Para os professores, a inserção desse tema é bastante delicada, sendo que deverá ser um mediador sábio dessa questão, pois enfrentará uma realidade na qual as crianças não possuem conhecimento sobre finanças (nem mesmo os pais), existindo uma importância cada vez maior do status financeiro e de consumo para comprovar superioridade e isso é muito perigoso.

O papel da educação financeira

Por isso da importância de regras de materiais e uniformes, até mesmo com o uso de eletrônicos, pois esses, atualmente, são ferramentas que ocasionam diferenciações que são prejudiciais para uma educação cidadã das crianças. Para isso, se torna imprescindível a educação financeira. Contudo, para que surta os reais efeitos, essa deverá ser aplicada de forma comportamental, mostrando que o dinheiro é apenas um meio e não uma finalidade, e que, principalmente, é mais importante ser do que ter.

Para tanto, se deve mostrar a importância do consumo consciente, no qual só se busca adquirir o que realmente é relevante para a vida e não mais para impressionar os outros. Infelizmente, hoje, a maioria das crianças não aprendeu ainda a avaliar o que realmente quer e sonha e, quando não se sabe o que quer, não há foco.

Contudo, existe também o papel dos pais. Se a criança tem amigos com poder aquisitivo maior do que o dela, os pais devem tomar o cuidado de explicar o motivo disso, mostrando que ela nem sempre pode ter tudo o que os outros possuem, mas e isso não quer dizer que não podem ser felizes mesmo assim. A criança não deve se sentir menor em função disso, pois os verdadeiros amigos não se importam com essa diferença.

Já os pais das crianças que possuem mais dinheiro que os amigos, devem mostrar a ela que isso não é o mais importante, pois o essencial mesmo é ter amigos de verdade. E a criança deve agir com naturalidade, pois o dinheiro não faz ninguém melhor do que o outro. O que realmente é decisivo para o relacionamento social é o caráter.

 Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Presidente da Abefin (Associação Brasileira dos Educadores Financeiros), autor dos livros Terapia Financeira, Eu Mereço Ter Dinheiro, Livre-se das Dívidas, Ter Dinheiro Não Tem Segredo, das coleções infantis O Menino do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do país. 

 

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