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Guia para Gestores de Escolas

Dislexia: Compreensão das diferenças

Considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, a dislexia possui, dentre as suas características, a dificuldade na leitura e na escrita, no reconhecimento de letras e palavras, na decodificação das palavras e na soletração. Essas dificuldades comprometem, sobretudo, o componente fonológico da linguagem, além de, muitas vezes, a dislexia surgir acompanhada de diversos déficits cognitivos, como atenção, memória e função executiva.

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia (ABD), em um estudo estatístico realizado entre os anos de 2013 e 2018, 40% do total de pacientes avaliados no período eram disléxicos; 89% dos disléxicos estudavam em escolas privadas; e 67% eram do sexo masculino. O levantamento, realizado entre a ABD e o Centro Especializado em Distúrbios de Aprendizagem (CEDA), também apontou que 81% dos disléxicos apresentavam antecedentes familiares/hereditariedade do transtorno.

É interessante destacar que existem diferentes tipos de dislexia, já que o transtorno não se manifesta do mesmo modo em todos os casos. “É preciso diferenciar a dislexia a partir das manifestações e dos déficits no desenvolvimento cognitivo, considerando três condições principais: dificuldade na fluência de leitura, dificuldade na expressão da escrita e a comorbidade com a Discalculia”, destaca a professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Newton Paiva, Riviane Bravo.

Tendo a compreensão da diferença como pano de fundo para uma excelência no ensino, um dos primeiros passos para o educador lidar com esse tipo de transtorno em sala de aula é identificar um aluno disléxico. De acordo com a professora Riviane, quanto mais cedo a intervenção e a adaptação escolar, melhor será o desenvolvimento pedagógico do aluno. “É importante lembrar que o diagnóstico e a intervenção contribuem para o bem-estar psicológico e emocional, pois essas crianças sofrem com a dificuldade ao perceber que não conseguem aprender determinada habilidade e, também, ao se compararem com a aprendizagem dos colegas”.

Dessa forma, a instituição de ensino pode adotar algumas estratégias para ajudar os estudantes que possuem esse transtorno. Um dos pontos fundamentais para as escolas, conta Riviane, é garantir capacitações e atualizações sobre os diversos tipos de diagnósticos dos Transtornos de Aprendizagem, assim como outras condições que envolvem o neurodesenvolvimento e a saúde mental de um modo geral.

“Temos uma legislação que sustenta a inclusão escolar e que permite a diversidade do trabalho, o que vai além da sala de aula. Com ajuda do plano individualizado e da adaptação escolar é possível garantir a qualidade do processo de aprendizagem dos alunos com Dislexia. Quando isso é bem feito, os alunos crescem compreendendo como podem adequar suas necessidades aos estudos, chegando a ter uma vida produtiva e adequada”, destaca a professora. 

Reconhecer as diferenças e aprender a trabalhá-las em sala de aula é a chave para uma educação igualitária. Ensinar um aluno disléxico é um extenso convite ao seu universo particular, buscando (e criando) novos horizontes, panoramas, experiências e conquistas significativas. (RP)

Saiba mais:
Riviane Bravo – [email protected]

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