Escola estimula análise das causas e consequências dos fluxos migratórios
Em estudo realizado na Escola Santi, alunos aprendem a relação entre os deslocamentos populacionais com as demandas sociais, políticas e econômicas do momento histórico em que acontecem, como a imigração haitiana ao Brasil.
O deslocamento populacional sempre foi um tema bastante abordado pela mídia e pela literatura por explicar boa parte da cultura e história. Atualmente, a imprensa internacional vem veiculando notícias sobre o ebola e a imigração dos haitianos ao Brasil. O tema é pauta também nas aulas de Estudos Sociais do 4º ano da Escola Santi, a partir da seguinte problemática: por que as pessoas se deslocam?
Durante o estudo, os alunos compreendem que as histórias dos mais variados tipos de fluxos migratórios (de país, estado, cidade ou bairro) que muitas vezes acontecem por uma pessoa, família ou grupo de pessoas, estão diretamente relacionados às demandas sociais, políticas e econômicas do momento histórico em que ocorrem. O estudo possui quatro subtemas, segundo a professora Daniela Venturi de Abreu.
Os estudantes fazem pesquisas, reflexões e questionamentos de diferentes movimentos sociais que já aconteceram e que continuam acontecendo nos dias de hoje. “A partir de memórias de pessoas da família, assim como análises da chegada dos portugueses ao Brasil e a vinda da família real, os alunos tem a possibilidade de compreender a importância desta dinâmica para o desenvolvimento de determinadas áreas, regiões e do Brasil”, analisa a professora. “Eles também identificam e compreendem o que impulsiona uma pessoa, família ou grupo a se deslocar avaliando as consequências geradas por esses deslocamentos.”
Os educandos percebem os impactos econômicos, sociais e políticos tanto do lugar que as pessoas saem como do lugar que chegam. “Por meio da história de deslocamento familiar, aprendem que todo indivíduo é um ser histórico e que a história individual e da família está em um contexto social e atrelada a um movimento mais ampla da sociedade”, afirma Daniela.
Em um primeiro momento, as tumas procuram histórias dentro da família com a formulação de hipóteses sobre o que é um deslocamento populacional e os seus motivos para depois compartilhar com os colegas de classe. “Eles aprendem a ler mapas e percebendo as divisões entre continentes, países e estados do Brasil, identificando e nomeando os oceanos a partir da necessidade de localizar os a migração dos familiares”, conta Daniela Venturi de Abreu.
A professora reflete que os principais objetivos nessa etapa são organizar os dados das entrevistas, analisar e comparar as semelhanças e diferenças para então descobrir a relação com os outros deslocamentos.
Após essa fase, o foco é a chegada dos portugueses ao Brasil. “O objetivo é compreender os desafios de se deslocar no século XV, os motivos e as consequências das grandes navegações nesse período”, diz a educadora. “Assim, entendem que os portugueses foram os responsáveis pela colonização do Brasil e os europeus estabeleceram uma relação de interesse e poder sobre os índios.”
Ainda seguindo a linha histórica, é analisado o desembarque da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, o motivo dessa imigração e seus impactos negativos e positivos geradas na capital brasileira da época.
Na última etapa, por sua vez, é abordado um tema contemporâneo: a chegada dos haitianos ao Brasil. “É um fluxo migratório recente e bastante divulgado pela mídia, assim os alunos também tem a possibilidade de realizar uma análise a partir de fatos atuais da socieade por meio das notícias”, explica Daniela Venturi de Abreu.
A atividade visa preparar os alunos para compreensão da dinâmica social e histórica, relacionando os fatos com suas causas e consequências.