Informação, educação, entretenimento: o uso do Facebook pelo Colégio Joana D’Arc
Acompanhe, abaixo, o depoimento do professor de História Rodrigo Abrantes da Silva e de alguns de seus alunos do Ensino Médio sobre a experiência de uso do Facebook como ferramenta que aproximou o grupo, ajudou a organizar e direcionar melhor os materiais de aula e estimulou a turma a se envolver mais com o conteúdo.
A experiência no Facebook se diferencia de ambientes de educação a distância, como, por exemplo, a plataforma Moodle, pelo grau de interação que ele possibilita, por meio não apenas deposts, mas de documentos, conversa com o grupo em tempo real, mensagens privadas, mensagens instantâneas etc. Nossa prática se realizou por meio de dois grupos fechados. Um para todos os alunos do terceiro ano, e outro para os alunos que se envolveram com um projeto de criação coletiva de uma peça de teatro, que foi apresentada na Feira Cultural da escola. Os ambientes foram concebidos como um recurso de aprendizagem por meio da interação e do compartilhamento de materiais para estudo, como local de confraternização e também de registro de memória.
Na origem desse projeto havia meu desejo de valorizar o diálogo, a escuta, a interação e a criatividade. Creio que logramos realizar um caminho que foi da invenção à responsabilidade, revelando que as fronteiras entre informação, entretenimento e educação não são excludentes. Quanto aos resultados desse trabalho, deixo a palavra com os alunos:
Ana Lethicia Maezano. O que mais me ajudou com esse grupo do Facebook foram os vídeos, pois eles ilustram e ajudam muito a entender a matéria e até mesmo as atualidades. Por mais que eu pesquise por conta própria, vou encontrar coisas aleatórias e os vídeos postados eram muito interessantes e direcionados. Além disso, acho que o grupo facilitou nossa comunicação, e aproximou os alunos do professor. Tecnologia combina com juventude.
Henrique Cucolo Monteiro. Os grupos foram muito bons pra organizar tudo, desde lições, matérias de prova, jogos do interclasses. Mas o que eu achei mais interessante foi que essa interação ajudou muito a aproximar todos nós. Deixamos de usar o Facebook só pra zuera e talz, e começamos a usar pra educação, e organização do nosso dia a dia no colégio!!
Letícia Ribeiro. Acho que a ideia de usar um grupo no Facebook complementou as atividades de sala de aula. Materiais como os vídeos ajudaram bastante. Além disso, criamos uma relação diferente de professor/aluno, com mais aproximação, e nossas salas se tornaram mais unidas. O grupo do teatro foi um experiência incrível, não só pela organização da peça e pela atuação, mas também pelos desafios do trabalho em grupo, da superação de diferenças de ideias e da compartilhação da liderança.
Lucas Yudi. O grupo realmente ajudou a todos, principalmente aos viciados em Facebook, que ao invés de mandar aquela infinidade de solicitações inúteis de jogos, pôde receber um alimento intelectual. Achei uma ótima forma de organizar o conteúdo, pois pode exaltar conteúdo mostrado em sala de uma forma mais descontraída e de maneiras mais fáceis como scans, PDF’s, documentários. Enfim, gostei :).
Mariana Pineda. O grupo me ajudou muito, os slides postados foram úteis.
Thais Calore. Quando o grupo foi criado achei que seu uso ficaria limitado apenas com tarefas e matéria de prova, mas com o passar dos meses começou a servir como complemento das aulas. Foi uma experiência nova e diferente, pois, como se sabe, a tecnologia está se desenvolvendo rapidamente e as pessoas estão cada vez mais conectadas. Já que seu avanço é inevitável porque não aproveitar deste meio para adquirir conhecimento?
Thaís Inoue. A rede social ajudou muito no desempenho não só da matéria de história, mas também foi um meio que o professor usou para nos manter informados a respeito dos vestibulares. Complementos de aulas, ajudas fora do horário e conversas que não ficaram resolvidas durante a aula, tudo se encontrava em um só lugar. Além disso, como a nossa geração está habituada com esse meio de comunicação, criou-se uma ponte entre alunos e o professor.
Thomaz Silva Wellausen. Esse grupo tirou a ideia de que o Facebook era um lugar apenas para se matar o tempo. Com uma maior interatividade com a matéria, fica mais fácil entender e organizar conteúdos, além de ser muito mais descontraído do que uma sala de aula. Ah, e também une o útil ao agradável, já que mesmo você se distraindo na internet, você aprende.
Victor Aued. Temos que nos adaptar às novas tecnologias e saber usá-las da melhor forma!
Por Rodrigo Abrantes da Silva
*Rodrigo Abrantes da Silva é historiador e professor. Especializou-se em História Contemporânea pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e atuou como pesquisador do Projeto Análise e do Núcleo de Pesquisas de Psicanálise e Educação (NUPPE) da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Edita ainda o blog www.aulaplugada.com.
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